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Presidente do Eurogrupo desmente Miranda Sarmento

O PS deixou as contas do País segundo os ditames da UE. A «almofada financeira» mais não é que a recusa em responder a problemas. Não satisfeita, a AD disse haver um défice escondido para promover mais cortes.

CréditosAntónio Cotrim / Lusa

Foi na estreia de Miranda Sarmento, ministro das Finanças, no Eurogrupo que o presidente desse organismo, Paschal Donohoe, elogiou as contas portuguesas. O acontecimento podia não ser alvo de notícia, não tivesse sido Miranda Sarmento, ao estilo do PSD quando chega ao Governo, a dizer que havia um défice escondido.

Parece então que não há sintonia na crítica. É que, após as duras críticas ao anterior executivo, Paschal Donohoe classificou as finanças lusas como «muito estáveis e em boas condições». Ainda não tendo conhecido Miranda Sarmento, Donohoe disse: «Sei que, de um modo geral, as finanças de Portugal permanecem muito estáveis e em boas condições, mas também sei que o novo ministro das Finanças terá os seus próprios planos relativamente à forma como pretende reforçá-las ainda mais, mas prevejo uma excelente cooperação.»

Naturalmente que a perspectiva do Eurogrupo para considerar as finanças públicas como boas não é a mesma dos trabalhadores, uma vez que estes vêem no excedente orçamental a recusa à resposta para os seus problemas.

Ainda assim, a consideração do presidente do Eurogrupo contradiz a versão de Miranda Sarmento, algo que pode ser entendido como um embaraço. Talvez, por esse mesmo motivo, aquando da sua chegada à reunião do Eurogrupo, o ministro das Finanças português optou simplesmente por dizer «deixo isso para o debate que está a decorrer em Portugal» e «sei que, de um modo geral, a opinião do Eurogrupo, da Comissão e de todos os ministros das Finanças membros da União Europeia [UE] é que se registou uma enorme melhoria nas finanças públicas de Portugal».

Não havendo declarações à saída da reunião, não é possível saber se Miranda Sarmento revelou a existência de um suposto défice de 600 milhões de euros ou simplesmente agradeceu o elogio do presidente do grupo que vê na estagnação económica portuguesa um excelente sinal de estabilidade.

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