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Debate quinzenal: o verso e o reverso das promessas

As posições dos partidos do «bloco central» sobre temas como a justiça, as portagens, a saúde ou outros, variam ao sabor dos resultados eleitorais. O que apoiam na oposição rejeitam no governo e vice-versa.

CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

No debate quinzenal realizado esta quarta-feira, na Assembleia da República, com a participação do primeiro-ministro, ficou claro, uma vez mais, que PSD e PS ajustam as suas posições políticas e as promessas feitas em campanha eleitoral, conforme se encontrem no governo ou na oposição. O que chumbam quando são governo, tratam de propor quando passam para a oposição.

Isso mesmo ficou evidente esta tarde, no que se refere, por exemplo, à discussão sobre os problemas da justiça, das portagens, da saúde ou do IRS. O PS defende o que rejeitou ou não resolveu no passado recente em que foi governo, enquanto o PSD governamental rejeita ou tem dificuldade em aceitar ideias e propostas do PSD oposição.

Num debate marcado pela troca de piropos entre os partidos à direita, em particular PSD e Chega, para além da saúde e da justiça, foram abordadas questões como a legislação sobre imigração, a semana de quatro dias, a privatização da TAP ou os incêndios, colocados nomeadamente por BE, IL, Livre e PAN.

O PCP, por seu lado, trouxe ao debate o aumento do custo de vista, o papel da grande distribuição que paga menos aos produtores, cobra mais aos consumidores, e aperta salários e direitos dos seus trabalhadores. Mas também questões como a desregulação dos horários, o acentuar da precariedade e a fragilização dos vínculos contratuais.

A presença na Assembleia da República, durante o debate, de militares ucranianos feridos durante a guerra, e que se encontram em Portugal para tratamento e recuperação, foi saudada por alguns grupos parlamentares. O PCP, por seu lado, aproveitou para sublinhar que as vítimas da guerra na Ucrânia e na Rússia tornam evidente a urgência de uma solução política que acabe com a morte, a destruição e o perigo de um confronto generalizado.

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