A um trimestre do final do ano de 2024 são já 2755 os professores aposentados. O que não é necessariamente um dado animador, uma vez que 14500 docentes abandonaram a profissão nos últimos seis anos, acabou por piorar.
Foi anunciado esta semana que vão aposentar-se mais 460 docentes no mês de Setembro, um número recorde que aprofunda ainda mais o défice de professores que se verifica na Escola Pública.
De acordo com a Fenprof, a um trimestre do final do ano de 2024 são já 2755 os professores aposentados, estima-se que no final de Dezembro faltem sempre cerca de cinco mil professores, um dado que a estrutura sindical vinha já a alertar.
Depois de 3500 docentes aposentados em 2023, o número vai subir significativamente em 2024 e, para a Fenprof, as previsões indicam que, até 2030, sairão também para a aposentação 34500 professores. Tudo isto traduz o agravamento do problema da falta de professores e o incumprimento das metas do plano «+Aulas +Sucesso» aprovado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
Para a federação sindical dos docentes, com estes valores de aposentações mensais acima das quatro centenas ficará clara a falta de ambição e do foco errado do plano governativo que em vez de apostar na recuperação dos 14500 docentes que abandonaram a profissão, criando medidas de apoio aos professores deslocados de suas casas, apostou na recuperação de aposentados e na manutenção dos aposentáveis.
A Fenprof é clara no diagnóstico e defende que o que se verifica é «resultado de duas décadas de políticas educativas de desvalorização da profissão, do seu exercício e da carreira docente», mas também «sinal de que as medidas positivas já tomadas são manifestamente insuficientes para inverter a situação da escassez de professores».
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