Numa nota em que saúda a Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa, o Ministério hondurenho dos Negócios Estrangeiros informa essa missão da decisão de suspender o acordo, alegando atribuições constitucionais do Poder Executivo relativas a «manter a paz e segurança interna da República e repelir todo o ataque ou agressão externa».
Em conferência de imprensa, na quarta-feira à noite, Enrique Reina, titular da pasta, referiu-se a declarações da embaixadora norte-americana no país, Laura Dogu, que classificou como «perigosas, irresponsáveis e incorrectas».
Também declarou que «as relações se devem basear no respeito mútuo, na não ingerência; os estados devem respeitar a decisão de outros estados, deve existir o respeito mútuo».
Reina explicou ainda que, dando seguimento a instruções da presidente hondurenha, Xiomara Castro, procedeu à decisão acima referida, de pôr fim ao Tratado de Extradição de 15 de Janeiro de 1912 entre as Honduras e os EUA.
Essa orientação presidencial teve lugar depois de Laura Dogu ter manifestado a preocupação do seu país com a reunião recente mantida entre autoridades de defesa das Honduras e da Venezuela.
Segundo divulgou a imprensa, o ministro hondurenho da Defesa, José Manuel Zelaya, e o chefe das Forças Armadas hondurenhas, Roosevelt Hernández, participaram como convidados num evento em Caracas e depois reuniram-se com o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino.
A propósito das críticas da embaixadora, Reina sublinhou que os Estados Unidos da América podem ter as suas perspectivas próprias sobre qualquer tema, sobre qualquer país, sobre a Venezuela, «mas têm de nos respeitar».
Algumas horas antes, também na quarta-feira, a presidente do país centro-americano havia classificado como «intolerável» a «ingerência e o intervencionismo dos Estados Unidos, bem como a sua intenção de orientar a política das Honduras através da sua Embaixada e outros representantes».
Na sua conta de Twitter (X), Xiomara Castro escreveu que os EUA «agridem, não reconhecem e violam impunemente os princípios e práticas do direito internacional, que promovem o respeito pela soberania e a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a paz universal».
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