A iniciativa, que arranca esta tarde, pelas 16h, visa chamar a atenção para a insegurança e intranquilidade vividas pelas grávidas, em todo o país. O marco simbólico da abertura será feito com o acendimento de uma «tocha olímpica», para que os direitos das crianças e das mães «não se apaguem».
Foi hoje anunciado pela ministra da Saúde a criação de uma comissão para avaliar e auditar administradores dos hospitais do SNS. Ao invés de investir e preencher as lacunas necessárias do SNS, o Governo fará pressão sobre os profissionais. Foi hoje, na comissão parlamentar da Saúde, que Ana Paula Martins, ministra da Saúde, anunciou ao que veio. A nova ministra acabou por revelar que o Governo vai criar uma comissão para acompanhar e auditar os conselhos de administração dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A intenção desta medida que visa os profissionais de saúde é, segundo Ana Paula Martins, supostamente, «apoiá-los, é ajudá-los a cumprir a sua missão”, sendo que é a própria que nunca refere o aumento do investimento no SNS de forma a dar as condições necessárias à resposta atempada aos utentes. Esta tentativa de colocar o ónus da culpa nos administradores hospitalares ficou bem patente quando a ministra questionou a recusa de horas que vários médicos realizaram: «Porque é que temos hospitais, e não vou dizer qual, que em Janeiro já tinha pediatras a entregar o papel das 150 horas e das 250 horas. E não aconteceu nada? Não se fez nada? E achou-se normal que isto acontecesse? E estivesse até agora à espera que fechasse a urgência de pediatria? Isso são bons líderes? Não, não são. E como não são tem de haver escrutínio, tem de haver avaliação». Ficou claro aquilo que já podia ser entendido no Programa de Governo e que já foi aplicado noutros governos de direita, ou seja, a criação de avaliações aos profissionais tendem a criar um clima de perseguição e, com isso, arranjar “bodes expiatórios” para as más políticas governamentais. Importa destacar que Ana Paula Martins nunca colocou o problema do modelo de gestão dos hospitais, algo que tanto a Federação Nacional dos Médicos ou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses têm vindo a levantar como assunto a resolver. Como frase desta comissão, fica ainda para a história o momento em que a ministra disse «Não somos o Ministério do SNS, somos o Ministério da Saúde», algo que articulado com uma falsa preocupação pelos doentes, abre espaço para a intensificação de benefícios aos grupos privados do negócio da doença. Fica evidente que este Governo tem a missão de hostilizar os profissionais do SNS e destruir este sector de Saúde, servindo os interesses dos grandes grupos económicos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
SNS: Ao invés de acudir, Governo opta por sacudir responsabilidades
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A acção contará, refere a Plataforma num comunicado, com trabalhadores da saúde e utentes para denunciar as desigualdades no acesso à saúde, reivindicar um SNS mais forte e valorizar os profissionais e as suas carreiras. «Não é com baixas remunerações, carreiras inadequadas e más condições de trabalho que se consegue atrair e reter profissionais, nomeadamente, médicos e enfermeiros são empurrados para a emigração e para o sector privado», lê-se na nota.
A estrutura rejeita retrocessos nos direitos de protecção da maternidade e defende que é «inaceitável a quantidade de serviços de urgência encerrados, como a pediatria e obstetrícia, obrigando as grávidas a percorrer quilómetros de distância, à procura de uma vaga para a realização do direito a um parto seguro e tranquilo».
A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS integra comissões de utentes de Lisboa, Amadora e Sintra, o Movimento Democrático de Mulheres, as associações de idosos e reformados MURPI e a Inter-Reformados de Lisboa, a par de estruturas sindicais como o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (FNAM), o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e a União dos Sindicatos de Lisboa-CGTP-IN. No local será anunciada a próxima grande acção da campanha.
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