As razões da greve nacional de três dias estão relacionadas com o aumento das agressões aos trabalhadores e a falta de segurança nos centros de saúde, o atraso no pagamento do incentivo à reforma e o mau funcionamento das plataformas tecnológicas de gestão nos cuidados primários, revelou a Confederación de Funcionarios de Salud Municipalizada (Confusam).
A isto acresce a promessa «não cumprida» do governo de Boric de incluir a participação dos trabalhadores na reforma e universalização da saúde. «A reforma da Saúde faz-se com os trabalhadores e até hoje não vemos que o Ministério da Saúde ou o governo se tenham aproximado para trabalhar alguma proposta», referiu Gabriela Flores, presidente da Confusam.
Em declarações ao portal biobiochile.ch, Flores disse que a responsabilidade dos protestos recai no executivo central, por não responder às reivindicações urgentes dos trabalhadores, depois de meses em que a confederação sindical exigiu avanços.
«Queremos respostas, não migalhas ou novos prazos. Somos a primeira linha da saúde, sacrificamos a nossa saúde e a nossa vida no nosso trabalho, e não vemos um empenho semelhante da parte do governo em relação a nós», criticou, acrescentando que os trabalhadores também fazem greve a pensar nos utentes dos cuidados primários, «que merecem uma reforma de qualidade e não migalhas».
Para esta quinta-feira, está prevista a realização de uma marcha nacional na Alameda de Santiago, que será o ponto culminante das jornadas de greve e mobilização por todo o país austral.
Antes da paralisação de 24 a 26 de Setembro, que foi decidida pelas estruturas que integram a confederação sindical no final de Agosto, a Confusam afirmou que nalguns centros de saúde haveria turnos para permitir a entrega de leite e medicamentos, e o atendimento a casos graves dos utentes.
Grande preocupação com o agravamento da insegurança
Na terça-feira, primeiro dos três dias de greve, Gabriela Flores reiterou à Bio Bio Chile a existência de «dívidas pendentes com os cuidados primários» por parte do Ministério da Saúde.
Outro aspecto destacado foi o dos «graves problemas de segurança» que enfrentam os trabalhadores que prestam cuidados de saúde primários à população.
A este respeito, disse que, «hoje em dia, não é só insulto, hoje em dia é a agressão, a arma branca, a arma de fogo, disparam contra nós, destroem os locais de trabalho e levam as ambulâncias».
Neste contexto, voltou a referir-se ao escasso diálogo com o ministra de Saúde, Ximena Aguilera, com quem se têm tentando reunir, para expressar o seu descontentamento, mas sem nunca terem sido recebidos. «Andamos nisto há seis meses», denunciou.
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