Num comunicado subsequente a uma reunião do seu Gabinete Permanente do Secretariado Nacional, esta segunda-feira, a Frente condena «a tendência de algumas potências, incluindo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, para minar os acordos de paz e fugir à legalidade internacional no que respeita ao conflito no Saara Ocidental».
No texto, divulgado pela agência Sahara Press Service (SPS), a organização política responsabiliza em particular o governo francês, «pelas suas posições recentes de apoio explícito às políticas de ocupação, anexação e absorção aplicadas pelo regime marroquino».
A Frente Polisário defende que «uma solução justa e definitiva» para o conflito «não pode ser concebida à margem de um quadro jurídico realista e credível», que inclui a realização de um «referendo livre e justo», no qual o povo saarauí possa «decidir o seu destino e o estatuto final da sua terra, o Saara Ocidental».
O comunicado expressa ainda o agradecimento a «países amigos e irmãos» pelas posições assumidas em defesa dos «direitos do povo saarauí», e reafirma a disposição da Frente Polisário para «contribuir positivamente para alcançar uma paz justa e duradoura e criar um clima de convivência e integração entre os seus países e povos».
Manifestação solidária em Madrid
Milhares de pessoas mobilizaram-se nas ruas de Madrid, no sábado passado, em solidariedade com a luta do povo saarauí pela autodeterminação e a independência, refere a SPS.
Em resposta à convocatória, realizada por associações solidárias em Espanha e pela diáspora saarauí, em conjunto com a representação da Frente Polisário neste Estado, os manifestantes exibiram bandeiras nacionais do Saara Ocidental e cartazes a reafirmar o direito do povo saarauí à independência.
Também condenaram a ocupação marroquina do Saara Ocidental, bem como o posicionamento oficial espanhol sobre o território, lembrando que Espanha, enquanto potência colonial responsável, tem responsabilidades legais e históricas «na sorte do povo saarauí e na sua justa causa».
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