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Encerramento da Coindu chega à Comissão Europeia

O deputado João Oliveira questionou Ursula Von der Leyen sobre os fundos atribuídos/previstos à Coindu e que apoios podem ser mobilizados para os 350 trabalhadores, caso o encerramento se concretize.  

Créditos / O Minho

É uma das maiores empresas têxteis a operar em Portugal. Especializada em assentos automóveis, a Coindu, fundada em 1988 no nosso país e adquirida no mês passado pelo grupo italiano Mastroto, tem unidades fabris em Vila Nova de Famalicão e em Arcos de Valdevez, empregando mais de 220 trabalhadores.

Esta segunda-feira foi anunciado o encerramento da unidade de Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, «sem qualquer informação e consulta aos trabalhadores e suas organizações», o que a concretizar-se deixa 350 pessoas sem trabalho.

A denúncia foi vertida pelo deputado do PCP no Parlamento Europeu numa carta enviada esta quarta-feira à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. O eleito admite que o encerramento terá «dramáticas consequências para centenas de famílias, numa região já deprimida do ponto de vista sócio-económico», perguntando por isso que apoios comunitários podem ser mobilizados para estes trabalhadores, caso estes despedimentos se confirmem. 

«Em conversa com os trabalhadores, é colocado que o grupo Mastroto, aquando da aquisição, já tinha em sua posse e em operação, uma fábrica na Túnisia, de características idênticas à unidade de Arcos de Valdevez, que agora pretende encerrar, levando à interrogação sobre que razões
estão efectivamente por trás deste anúncio», aponta João Oliveira.

O deputado lembra a existência de vários episódios, ao longo dos anos, a envolver a empresa, referentes a «transferências de produção, generalizada precariedade, lay-offs, e até o despedimento colectivo encapotado de mais de 100 trabalhadores como denunciámos em Novembro do ano passado».

Neste sentido, e no âmbito das competências da Comissão Europeia, indaga sobre os fundos comunitários atribuídos ou previstos à Coindu e ao grupo Mastroto, no anterior e actual Quadro Financeiro Plurianual, ou através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência. João Oliveira questiona ainda se a Comissão Europeia considera a introdução de mecanismos de condicionamento no acesso a fundos comunitários às grandes empresas, designadamente na salvaguarda de postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores. 

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