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Alerta para a situação dos pacientes no Norte de Gaza

As autoridades de saúde em Gaza afirmam que dezenas de pacientes correm risco de vida, por falta de comida e água num hospital em Beit Lahia. A ONU alerta para «condições catastróficas» no enclave.

Beit Lahia, no Norte da Faixa de Gaza (imagem de arquivo) Créditos / euromedmonitor.org

O Ministério da Saúde na Faixa de Gaza revelou, na terça-feira à noite, que pelo menos 60 doentes internados no Hospital Indonésio, em Beit Lahia, estão «em risco de vida».

«A situação humanitária dentro do hospital tornou-se extremamente perigosa, já que os feridos carecem de elementos básicos, o que aumenta o seu sofrimento nas difíceis condições impostas pelas forças [israelitas]», revelou a tutela em comunicado.

Recorde-se que as forças sionistas de ocupação têm sido acusadas de utilizarem a fome como arma no enclave costeiro, o que constitui um crime de guerra.

Na mesma nota, indica a PressTV, o ministério referia que, no espaço de 24 horas, pelo menos 28 pessoas tinham sido mortas e 54 feridas em «quatro massacres contra famílias» na zona.

«Várias vítimas ainda se encontram sob os escombros e nas estradas, e as ambulâncias e a protecção civil não as conseguem alcançar», afirma o texto.

Esta quarta-feira, ataques das forças de ocupação contra um edifício residencial em Beit Lahia provocaram pelo menos 20 mortos, com a imprensa local a alertar para a eventualidade de mais vítimas, tendo em conta que três dezenas de pessoas deslocadas viviam sob o edifício antes do ataque.

Palestinianos à espera de receber comida em Jabalia, no Norte da Faixa de Gaza / Al Mayadeen

Na actualização que faz diariamente, o Ministério da Saúde revelou que, desde 7 de Outubro de 2023, nos mais de 14 meses de guerra de agressão israelita, pelo menos 44 805 pessoas foram mortas e 106 257 ficaram feridas. As autoridades estimam ainda que milhares de corpos continuem soterrados.

«Condições catastróficas»

Entretanto, refere a Al Mayadeen, as Nações Unidas alertaram para a interrupção significativa da ajuda humanitária ao Norte de Gaza durante 66 dias, deixando entre 65 mil e 75 mil palestinianos sem comida, água ou cuidados de saúde.

No Norte do enclave, Israel mantém o cerco asfixiante a Beit Lahia, Beit Hanoun e Jabalia, negando ajuda aos palestinianos que ali se encontram encurralados. Para além de abordar a situação de crise alimentar, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) informou que apenas quatro padarias apoiadas pela ONU operam actualmente no território, todas localizadas na Cidade de Gaza.

Sigrid Kaag, subsecretária-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e coordenadora para a Reconstrução em Gaza, disse aos jornalistas após o seu encontro à porta fechada no Conselho de Segurança, esta terça-feira, que «os civis que tentam sobreviver em Gaza estão a enfrentar uma situação verdadeiramente catastrófica».

Kaag frisou que «o colapso do sistema jurídico e o caos agravaram a situação, tornando a ONU e muitas organizações humanitárias incapazes de fornecer alimentos e outros mantimentos humanitários básicos a centenas de milhares de palestinianos necessitados».

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