Dezenas de trabalhadores participaram esta terça-feira num protesto «sem precedentes» no El Corte Inglés, no centro de Madrid, coincidindo com o primeiro dia de saldos. A jornada de luta incluiu duas paralisações, entre as 11h e as 12h e as 12h30 e as 14h, informa o Izquierda Diario.
Na convocatória, a organização sindical destacou o facto de se tratar da primeira mobilização em mais de um século de existência da empresa, e apelou à participação de todos os trabalhadores e da sociedade em geral, de modo a lutarem juntos por «condições de trabalho mais justas e dignas».
Frente à loja do El Corte Inglés da Rua Goya, os trabalhadores denunciaram as condições laborais associadas à campanha de Natal, bem como as jornadas de trabalho «abusivas», impostas desde 2017 e que obrigam os trabalhadores a fazer até dez horas diárias e, nalgumas temporadas, a trabalharem 60 horas por semana e a estarem até 11 dias sem folga, explicou o sindicato.
Estas «jornadas abusivas e extenuantes» foram denunciadas a @eltablero_tv por uma trabalhadora e dirigente sindical, que disse que é «preciso que as ouçam» e que «no El Corte Inglés praticamente não têm direitos». «Chegou o tempo de nos podermos manifestar e vir para a rua», frisou.
Outra das questões reivindicadas foi a do pagamento diferenciado aos domingos e feriados – algo que neste momento não existe e que o sindicato denuncia.
Sublinhando a «gravidade» da situação que se vive na empresa, afirma que muitos trabalhadores foram obrigados a deixá-la com indemnizações «mínimas», «cansados de perder direitos e de aguentar condições precárias com grandes exigências».
Neste contexto, o protesto desta terça-feira pretendeu também dar visibilidade à situação de especial precariedade em que vivem certos sectores dentro da empresa, como supermercados, expedição ou atendimento ao cliente, bem como denunciar a desigualdade de condições entre trabalhadores, que deve ser corrigida.
Segundo refere o Izquierda Diario (entre outras fontes), El Corte Inglés encerrou o exercício 2023-24 com um aumento das vendas de 5,4%, tendo facturado 16,3 mil milhões de euros (no Estado espanhol e fora dele), os seus «melhores resultados ordinários desde 2009».
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