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Aumento de vagas só terá impacto em 2030. Fenprof reclama soluções imediatas

O aumento de 20% no número de vagas no Ensino Superior em cursos para docentes de Educação Básica, anunciado pelo Governo, não responde à elevada falta de professores que se faz sentir agora, alerta Fenprof. 

CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

Não é uma desvalorização da medida anunciada pelo ministro da Educação, mas o impacto da mesma só será alcançado daqui a cinco anos. A solução exigida agora, defende a Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) num comunicado, passa pela rápida valorização da profissão docente, o que se conseguia se o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente «não se arrastasse no tempo e os aspectos que mais contribuem para essa valorização (estrutura da carreira, salários e condições de trabalho) fossem uma prioridade estratégica».

A Fenprof entende que o combate à falta de professores passa, no imediato, por «tornar atractiva a profissão para os muitos milhares que a abandonaram e que deverão ser ganhos para regressarem», salientando que «medidazinhas», como a da contratação ou voluntariado de aposentados e outras, cujo impacto os responsáveis do ministério «continuam» a não revelar, «nem sequer disfarçam o problema».

Segundo admitiu o ministro Fernando Alexandre, o próximo ano lectivo contará com mais 204 vagas no Ensino Superior em cursos de docentes para o Ensino Básico do que em 2024, num total de 1197. O objectivo é «mitigar a escassez» de docentes, mas, não tendo impacto imediato, «levanta sérias dúvidas quanto aos efeitos que terá para fazer face, agora, à elevada falta de professores», defende a estrutura sindical. Por outro lado, adverte, «a continuar a pouco ser feito para dar resposta imediata à falta de professores», em 2030, o problema «terá atingido um nível gravíssimo, dado o continuado e crescente número de aposentações».

O alerta é justificado pelo facto de o ano passado ter tido o segundo maior número de aposentações do milénio, «só ultrapassado pelo atípico 2013», mas os primeiros meses deste ano já revelam uma subida relativamente a 2024. «São 1096 aposentações em 2025, o que representa mais 4,6% comparando com 2024», regista a estrutura sindical, admitindo que a barreira de quase 4000 aposentações venha a ser ultrapassada este ano.

«Em 2030, se as vagas que serão abertas forem todas ocupadas e não houver quem desista de ingressar na profissão, ver-se-á o impacto que tal terá na reversão do grave problema da falta de professores»,  

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