A polémica que envolve a actual composição do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) esconde uma realidade: os cargos na gestão do banco público serviram para distribuir lugares de acordo com prioridades que nada têm a ver com os interesses da CGD. Recuámos a 1989, à época da privatização da banca, da criação da União Económica e Monetária e das maiorias absolutas do PSD, com Cavaco Silva como primeiro ministro. Analisámos os dez mandatos que cobrem o período entre 1989 e 2015 e os números são claros: a passagem de ex-governantes, militantes, dirigentes e gente próxima do PSD, do PS e, a partir de 2004, do CDS tem sido regra na gestão da Caixa.
Mas uma análise caso a caso mostra outra realidade: a promiscuidade alastra-se ao regulador – o Banco de Portugal – e à banca privada. O que têm em comum Vieira Monteiro, Mira Amaral, Carlos Santos Ferreira, Tomás Correia e Jorge Tomé? Todos eles foram presidir a bancos privados depois de saíram da Caixa. Na verdade, os três primeiros ainda estão à frente do Santander Totta, do BIC, e do BCP, respectivamente.
Os conselhos de administração da Caixa Geral de Depósitos foram, ao longo dos últimos anos, território ocupado por gente próxima do poder político e económico, que muitas vezes se confundem. Na verdade, a actual composição dos órgãos sociais da Caixa não mostram qualquer ruptura com este passado, pelo contrário. Paulo Mota Pinto, ex-deputado e dirigente do PSD, preside à Assembleia Geral. Rui Vilar, o primeiro presidente do período que abordamos, é vice-presidente do conselho de administração. O presidente, António Domingues, e metade da comissão executiva vieram directamente do BPI para o banco público.
1989-1993
O primeiro mandato de Rui Vilar é também o primeiro em que se impõe o acordo entre o PS e o PSD de divisão das presidências da Caixa e do Banco de Portugal. É o próprio que assume. São os anos em que o governo de Cavaco Silva promove privatizações, nomeadamente no sector financeiro. É neste período que o BPI adquire o Fonsecas & Burnay, metade do Totta & Açores vai para os espanhóis da Banesto e o grupo Mello recupera o seu banco.
Rui Vilar
Presidente
PS
Integrou os primeiros governos provisórios, após o 25 de Abril, sendo eleito deputado pelo Partido Socialista e nomeado ministro dos Transportes e Comunicação do primeiro governo de Mário Soares. Foi vice-governador do Banco de Portugal (1978-1985) e presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985). Depois da passagem pela CGD, presidiu à Galp (2001-2002), à Fundação Calouste Gulbenkian (2002-2012) e à REN (2012-2014).
Rui Jorge Martins dos Santos
Vice-Presidente
Álvaro Pinto Correia
Vogal
Amilcar Junqueira Martins
Vogal
António Vieira Monteiro
Vogal
PSD
Integrou a direcção do Banco Português do Atlântico (1970-1974), do Crédito Predial Português (1974-1984) e do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985-1989). É administrador do Santander Totta desde 2000 e presidente da sucursal portuguesa do banco espanhol desde 2012.
Alexandre Sobral Torres
Vogal
Rodrigo Marques Guimarães
Vogal
José Falcão e Cunha
Vogal
PSD
Sai da CGD para integrar o último de governo de Cavaco Silva, em que assumiu a pasta do Emprego e Segurança Social. Foi deputado até 1999 e secretário-geral do PSD entre 1990 e 1992, cargo em que sucedeu a Dias Loureiro.
José Varatojo Júnior
Vogal
Carlos Tavares
Vogal
PSD
Foi secretário de Estado do Tesouro da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva e ministro da Economia de Durão Barroso. Entrou na CGD depois de uma breve passagem pela administração do Banco Português do Atlântico, tendo depois exercido cargos no BCP, no Totta & Açores, no Pinto & Sotto Mayor, no Crédito Predial Português e no Santander. É presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde 2005.
Maria Emília Freire
Vogal
1990: Início da livre circulação de capitais na União Económica Bancária
7 de fevereiro de 1992 é assinado o Tratado de Maastricht.
1 de Junho de 1989 aprovada II Revisão Constitucional, que retira a irreversibilidade das nacionalizações ocorridas após o 25 de Abril de 1974.
São privatizados os bancos Espírito Santo, Fonsecas & Burnay, Totta & Açores, Borges & Irmão, Crédito Predial Portuguê.
1993-1995
É no início deste mandato que a Caixa passa a ser uma sociedade anónima de capitais integralmente públicos. A divisão partidária da administração da CGD alarga-se aos vice-presidentes, com o PSD de Cavaco Silva a colocar os seus na cúpula do banco. O ano de 1995 é marcado pela recuperação do Pinto & Sotto Mayor por Champalimaud, a que juntaria o Totta e o Crédito Predial Português.
Rui Vilar
Presidente
PS
Integrou os primeiros governos provisórios, após o 25 de Abril, sendo eleito deputado pelo Partido Socialista e nomeado ministro dos Transportes e Comunicação do primeiro governo de Mário Soares. Foi vice-governador do Banco de Portugal (1978-1985) e presidente do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985). Depois da passagem pela CGD, presidiu à Galp (2001-2002), à Fundação Calouste Gulbenkian (2002-2012) e à REN (2012-2014).
António Vieira Monteiro e Carlos Tavares
Vice-Presidente
PSD
António Vieira Monteiro
Integrou a direcção do Banco Português do Atlântico (1970-1974), do Crédito Predial Português (1974-1984) e do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985-1989). É administrador do Santander Totta desde 2000 e presidente da sucursal portuguesa do banco espanhol desde 2012.
Carlos Tavares
Foi secretário de Estado do Tesouro da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva e ministro da Economia de Durão Barroso. Entrou na CGD depois de uma breve passagem pela administração do Banco Português do Atlântico, tendo depois exercido cargos no BCP, no Totta & Açores, no Pinto & Sotto Mayor, no Crédito Predial Português e no Santander. É presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde 2005.
Rui Jorge Martins dos Santos
Vogal
Álvaro Pinto Correia
Vogal
Rodrigo Marques Guimarães
Vogal
José Varatojo Júnior
Vogal
Maria Emília Freire
Vogal
António Paes Sousa Alvim
Vogal
25 de junho de 1994 Bloqueio da Ponte 25 de Abril.
1 de Outubro de 1995: PS obbtém maioria relativa nas eleições legislativas, pondo fim a 10 anos de maioria absoluta do PSD. Guterres torna-se primeiro-ministro.
É privatizado o Banco Português do Atlântico, maior banco comercial português à data.
1996-1999
Com a mudança de governo, Rui Vilar impõe o respeito pelo acordo de alternância e dá o lugar a João Salgueiro. As alterações no sector financeiro prosseguem, com a adesão de Portugal ao euro. A Caixa vê-se envolvida na compra do grupo Champalimaud pelos espanhóis do Santander, comprando todo o grupo mas mantendo apenas a seguradora Fidelidade, passando o Totta e o Crédito Predial para o Santander, e o Pinto & Sotto Mayor para o BCP.
João Salgueiro
Presidente
PSD
A sua primeira passagem pelo governo dá-se durante o regime fascista, como subsecretário de Estado do Planeamento (1969-1971). Foi vice-governador do Banco de Portugal (1974-1975), ministro das Finanças da AD (1981-1983) e deputado do PSD até 1985. Foi presidente da Associação Portuguesa de Bancos e vice-presidente do Conselho Económico e Social.
Alexandre Vaz Pinto e António Vieira Monteiro
Vice-Presidente
PSD
Alexandre Vaz Pinto
Foi ministro do Comércio e Turismo da AD (1981) e vice-governador do Banco de Portugal (1983-1986). Antes de entrar para a CGD foi presidente (1986-1991) e vice-presidente (1992-1996) do Banco Espírito Santo, antes e depois da sua privatização.
António Vieira Monteiro
Integrou a direcção do Banco Português do Atlântico (1970-1974), do Crédito Predial Português (1974-1984) e do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa (1985-1989). É administrador do Santander Totta desde 2000 e presidente da sucursal portuguesa do banco espanhol desde 2012.
Rui Jorge Martins dos Santos
Vogal
Álvaro Pinto Correia
Vogal
José Varatojo Júnior
Vogal
Herlânder Santos Estrela
Vogal
José Manuel Pereira
Vogal
António Tomás Correia
Vogal
PS
Depois de uma carreira em que passou por vários cargos de responsabilidade na CGD, transitou para o Montepio Geral, depois de aposentado da Caixa. Chegou à presidência da associação mutualista em 2008, cargo que ainda mantém. Cedeu a presidência da caixa económico no final de 2015.
Alexandre Sobral Torres
Vogal
Almerindo Marques
Vogal
PS
Foi secretário de Estado da Administração Escolar (1976-1978) e deputado do PS (1983-1985). Integrou a administração do Banco Espírito Santo (1976-1986), foi presidente do Fonsecas & Burnay (1986-1989) e director do Barclays Portugal (1989-1997). Depois de se aposentar da CGD foi presidir à RTP (2002-2007) e à Estradas de portugal (2007-2011), de onde saiu para administrador da construtora Opway, do Grupo Espírito Santo, tendo comprado essa empresa em 2015.
Em 1997 é revogada a lei de delimitação de sectores.
É fundado o Banco Central Europeu, a 1 de Julho de 1998
10 de Outubro de 1999: o PS é o partido mais votado, mas falha o objectivo da maioria absoluta. Faz um acordo com um deputado do CDS-PP que permite aprovar os Orçamentos do Estado.
2000-2004
O novo milénio traz consigo o alastrar da influência do PS e do PSD a todo o Conselho de Administração: passa a ser difícil encontrar um vogal que não tenha perfil partidário. Acabado o longo processo de privatizações na banca, a Caixa passa a ser o único banco público em Portugal. São os anos da chegada ao governo de duas figuras que marcariam, pelas piores razões, mais de uma década em Portugal e na União Europeia: Durão Barroso e Paulo Portas.
António de Sousa
Presidente
PSD
Foi secretário de Estado em ambas as maioria absolutas de Cavaco Silva, com várias pastas. Preparou a adesão ao euro como governador do Banco de Portugal (1994-2000). Depois de sair da CGD, integrou a adminsitração da Brisa e European Advisory Board do JP Morgan Chase.
Oliveira Cruz e Mira Amaral
Vice-Presidente
PS PSD
Oliveira Cruz
Passou pelo Fonsecas & Burnay no início da década de 1970, de onde saiu para o Gabinete da Área de Sines. Foi secretário de Estado do primeiro governo de Mário Soares (1976-1978) e passou pelo Pinto & Sotto Mayor antes de entrar para a administração da CGD (1984-1989). Foi administrador do Banco de Portugal entre 1996 e o regresso ao banco público.
Mira Amaral
Ministro de todos os governos de Cavaco Silva, foi eleito deputado pelo PSD em 1995. Antes de chegar à Caixa, foi administrador do BPI (1998-2002). Em Setembro de 2002 passa à situação de aposentação, o que não impediu que tenha passado pela EDP, a Unicer, a Cimpor, a Vista Alegre e a Repsol. Foi presidente do BIC, comprador do BPN após a sua nacionalização, entre 2007 e 2016.
Alexandre Sobral Torres
Vogal
António Tomás Correia
Vogal
PS
Depois de uma carreira em que passou por vários cargos de responsabilidade na CGD, transitou para o Montepio Geral, depois de aposentado da Caixa. Chegou à presidência da associação mutualista em 2008, cargo que ainda mantém. Cedeu a presidência da caixa económico no final de 2015.
Miguel Athayde Marques
Vogal
PSD
É administrador da Galp desde 2012. Dirigiu a Bolsa de Valores de Lisboa (2005-2010) e tem passagens pelos conselhos de administração da Jerónimo Martins e da Brisa.
Fernando Miguel Sequeira
Vogal
Vitor Fernandes
Vogal
PS
José Ramalho
Vogal
PSD
Fez carreira no Banco de Portugal antes de ingressar na administração da CGD. Manteve cargos de administração em empresas participadas pelo banco público, nomeadamente no ramo segurador, na banco de investimento e nas sucursais em França e no Luxemburgo até 2011. É, desde então, vice-governador do Banco de Portugal.
O euro entra em circulação no primeiro dia de 2002
17 de Março de 2002: o PSD e o CDS-PP elegem a maioria dos deputados à Assembleia da República e formam governo. Durão Barroso é o primeiro-ministro, Paulo Portas é ministro da Defesa.
10 de Dezembro de 2002: greve geral convocada pela CGTP-IN contra o Código do Trabalho de Bagão Félix
2004-2004
António de Sousa, que transitara directamente de governador do Banco de Portugal em 2000, mantém a presidência do banco. O mandato foi de curta duração por incompatibilidades entre o presidente e Mira Amaral, que passou a ser o único vice-presidente do conselho de administração da Caixa.
António de Sousa
Presidente
PSD
Foi secretário de Estado em ambas as maioria absolutas de Cavaco Silva, com várias pastas. Preparou a adesão ao euro como governador do Banco de Portugal (1994-2000). Depois de sair da CGD, integrou a adminsitração da Brisa e European Advisory Board do JP Morgan Chase.
Mira Amaral
Vice-Presidente
PSD
Ministro de todos os governos de Cavaco Silva, foi eleito deputado pelo PSD em 1995. Antes de chegar à Caixa, foi administrador do BPI (1998-2002). Em Setembro de 2002 passa à situação de aposentação, o que não impediu que tenha passado pela EDP, a Unicer, a Cimpor, a Vista Alegre e a Repsol. Foi presidente do BIC, comprador do BPN após a sua nacionalização, entre 2007 e 2016
Miguel Athayde Marques
Vogal
PSD
É administrador da Galp desde 2012. Dirigiu a Bolsa de Valores de Lisboa (2005-2010) e tem passagens pelos conselhos de administração da Jerónimo Martins e da Brisa.
José Ramalho
Vogal
PSD
Fez carreira no Banco de Portugal antes de ingressar na administração da CGD. Manteve cargos de administração em empresas participadas pelo banco público, nomeadamente no ramo segurador, na banco de investimento e nas sucursais em França e no Luxemburgo até 2011. É, desde então, vice-governador do Banco de Portugal.
Vitor Fernandes
Vogal
PS
Maldonado Gonelha
Vogal
PS
Foi ministro em todos os governos de Mário Soares e deputado do PS (1976-1987). Passou pela administração de várias empresas entretanto privatizadas depois da última experiência governativa, na Petrogal (1986-1988), na Quimigal (1989-1993) e na Covina (1992-1993).
António Vila Cova
Vogal
Carlos Costa
Vogal
PSD
Apesar de nunca ter sido eleito para cargos públicos, ocupou cargos de destaque na União Europeia desde a adesão de Portugal, em 1986. Foi membro do Comité de Política Económica, da Representação Permanente de Portugal e membro das delegações portuguesas aos conselhos europeus até 1992. Foi ainda chefe de gabinete do comissário europeu João de Deus Pinheiro, nomeado pelo PSD (1993-1999). É governador do Banco de Portugal desde 2010, tendo acompanhado a queda do BES e do Banif.
José João Abrantes Coutinho
Vogal
Luís Alves Monteiro
Vogal
PSD
Trabalhou no BPI, no Borges & Irmão, no Fonsecas & Burnay, no Banco de Fomento Nacional e no Banco de Fomento Exterior, ocupando cargos de chefia. Foi secretário de Estado da Indústria de Cavaco Silva (1989-1995).
Durão Barroso deixa o governo português para dar início a dez anos como presidente da Comissão Europeia
2004-2005
Com a saída da anterior administração, regressa a divisão entre o PSD e o PS no topo da CGD, mas o destaque vai para a entrada do CDS-PP na divisão dos cargos sociais no banco. Celeste Cardona sai do Ministério das Finanças directamente para a administração da Caixa.
Vitor Martins
Presidente
PSD
Participou em todo o processo de integração de Portugal na CEE e foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus em todos os governos de Cavaco Silva (1985-1995). Coordenou as negociações dos pacotes Delors I e II, do mercado único europeu e do Tratado de Maastricht. Foi presidente da Jazztel Portugal (1999-2002) e administrador da EDP (2003-2004), antes da entrada para a presidência da CGD.
Maldonado Gonelha e João Freixa
Vice-Presidente
PS
Maldonado Gonelha
Foi ministro em todos os governos de Mário Soares e deputado do PS (1976-1987). Passou pela administração de várias empresas entretanto privatizadas depois da última experiência governativa, na Petrogal (1986-1988), na Quimigal (1989-1993) e na Covina (1992-1993).
João Freixa
Entrou no sector financeira como auditor na Price Waterhouse & Co., saltando para o Barclays em 1985, onde chefiou a sucursal portuguesa (1997-2002). Antes da entrada para a CGD, foi presidente da Bolsa de Valores de Lisboa. Em 2006 ingressou na administração do Banco Espírito Santo, onde se manteve durante o colapso do banco, saindo apenas em Setembro de 2014, já do Novo Banco.
José Ramalho
Vogal
PSD
Fez carreira no Banco de Portugal antes de ingressar na administração da CGD. Manteve cargos de administração em empresas participadas pelo banco público, nomeadamente no ramo segurador, na banco de investimento e nas sucursais em França e no Luxemburgo até 2011. É, desde então, vice-governador do Banco de Portugal.
Vitor Fernandes
Vogal
PS
António Vila Cova
Vogal
Luís Alves Monteiro
Vogal
PSD
Trabalhou no BPI, no Borges & Irmão, no Fonsecas & Burnay, no Banco de Fomento Nacional e no Banco de Fomento Exterior, ocupando cargos de chefia. Foi secretário de Estado da Indústria de Cavaco Silva (1989-1995).
Carlos Costa
Vogal
PSD
Apesar de nunca ter sido eleito para cargos públicos, ocupou cargos de destaque na União Europeia desde a adesão de Portugal, em 1986. Foi membro do Comité de Política Económica, da Representação Permanente de Portugal e membro das delegações portuguesas aos conselhos europeus até 1992. Foi ainda chefe de gabinete do comissário europeu João de Deus Pinheiro, nomeado pelo PSD (1993-1999). É governador do Banco de Portugal desde 2010, tendo acompanhado a queda do BES e do Banif.
Gracinda Raposo
Vogal
Celeste Cardona
Vogal
CDS
Foi deputada no Parlamento Europeu entre 1997 e 1999, e na Assembleia da República até 2002, sempre eleita pelo CDS-PP. É nesse ano que chega a ministra da Justiça, de onde sai directamente para a administração da CGD. Depois de se aposentar em 2008, integra os órgãos de sociais da EDP, a partir da última fase de privatização, em 2012.
Norberto Rosa
Vogal
PSD
Ocupou o cargo de secretário de Estado do Orçamento em dois governo (1993-1995 e 2002-2004), sempre indicado pelo PSD. Pelo meio foi director do Banco de Portugal. Enquanto administrador da CGD, presidiu ao BPN depois da nacionalização, acompanhando o processo de entrega ao BIC.
20 de Fevereiro de 2005: o PS vence as eleições com maioria absoluta. José Sócrates é nomeado primeiro-ministro.
2005-2007
Muda o governo e a administração da Caixa, e o PS passa a ocupar a presidência e a vice-presidência. Mas a divisão pelos três partidos que se vão sucedendo no governo não cessa. Esta é a administração que, em 2008, se mudou de armas e bagagens para o BCP.
Carlos Santos Ferreira
Presidente
PS
Eleito deputado pelo PS em 1976, vai para a gerência da ANA no ano seguinte. A partir de 1992, ocupa lugares de destaque no grupo Champalimaud, seja na Mundial Confiança, seja no Pinto & Sotto Mayor. Em 1999 salta para o grupo BCP e para a Estroril-Sol, de onde sai em 2005 para presidir à CGD. Sai directamente para a presidência do BCP, cargo que ainda ocupa, levando consigo Armando Vara e Víctor Fernandes.
Maldonado Gonelha
Vice-Presidente
PS
Foi ministro em todos os governos de Mário Soares e deputado do PS (1976-1987). Passou pela administração de várias empresas entretanto privatizadas depois da última experiência governativa, na Petrogal (1986-1988), na Quimigal (1989-1993) e na Covina (1992-1993).
Francisco Bandeira
Vogal
PS
José Ramalho
Vogal
PSD
Fez carreira no Banco de Portugal antes de ingressar na administração da CGD. Manteve cargos de administração em empresas participadas pelo banco público, nomeadamente no ramo segurador, na banco de investimento e nas sucursais em França e no Luxemburgo até 2011. É, desde então, vice-governador do Banco de Portugal.
Celeste Cardona
Vogal
CDS
Foi deputada no Parlamento Europeu entre 1997 e 1999, e na Assembleia da República até 2002, sempre eleita pelo CDS-PP. É nesse ano que chega a ministra da Justiça, de onde sai directamente para a administração da CGD. Depois de se aposentar em 2008, integra os órgãos de sociais da EDP, a partir da última fase de privatização, em 2012.
Norberto Rosa
Vogal
PSD
Ocupou o cargo de secretário de Estado do Orçamento em dois governo (1993-1995 e 2002-2004), sempre indicado pelo PSD. Pelo meio foi director do Banco de Portugal. Enquanto administrador da CGD, presidiu ao BPN depois da nacionalização, acompanhando o processo de entrega ao BIC.
Armando Vara
Vogal
PS
Entre os vários cargos públicos que ocupou, destacam-se as presenças em ambos os governos de Guterres, primeiro como secretário de Estado e, a partir de 1999, como ministro. Acompanha Carlos Santos Ferreira a caminho do BCP. Foi condenado a multa por negligência no exercício do cargo que ocupou na CGD, em 2012. Em 2014 é condenado a 20 anos de cadeia por tráfico de influência, no processo Face Oculta. Voltou a ser detido em 2015, por suspeitas de corrupção, no âmbito do processo Marquês.
Vitor Fernandes
Vogal
PS
Carlos Costa
Vogal
PSD
Apesar de nunca ter sido eleito para cargos públicos, ocupou cargos de destaque na União Europeia desde a adesão de Portugal, em 1986. Foi membro do Comité de Política Económica, da Representação Permanente de Portugal e membro das delegações portuguesas aos conselhos europeus até 1992. Foi ainda chefe de gabinete do comissário europeu João de Deus Pinheiro, nomeado pelo PSD (1993-1999). É governador do Banco de Portugal desde 2010, tendo acompanhado a queda do BES e do Banif.
13 de Dezembro de 2007: é assinado o Tratado de Lisboa, que torna o Banco Central Europeu numa instituição oficial e consagra como competências exclusivas da União Europeia a política monetária dos estados da zona euro.
Entre 2006 e 2007 avançam as privatizações da Galp, da EDP, da REN, da Portucel e da Inapa.
2008-2011
A polémica saída do presidente e de dois administradores para o BCP ditaram a alteração no conselho de administração. Faria de Oliveira, ainda hoje presidente da Associação Portuguesa de Bancos, entra e faz regressar a presidência do banco a uma figura do PSD. Os três anos são marcados pelo início da crise financeira e económica mundial.
Faria de Oliveira
Presidente
PSD
Foi secretário de Estado em várias pastas e em todos os períodos em que o PSD esteve no governo, durante toda a década de 1980. É promovido a ministro do Comércio e Turismo (1990-1995), sendo eleito deputado pelo PSD nesse ano. É, desde 2012, presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
Francisco Bandeira
Vice-Presidente
PS
Norberto Rosa
Vogal
PSD
Ocupou o cargo de secretário de Estado do Orçamento em dois governo (1993-1995 e 2002-2004), sempre indicado pelo PSD. Pelo meio foi director do Banco de Portugal. Enquanto administrador da CGD, presidiu ao BPN depois da nacionalização, acompanhando o processo de entrega ao BIC.
Rodolfo Lavrador
Vogal
PS
Araújo e Silva
Vogal
PS
Jorge Tomé
Vogal
PS
Começou a carreira na banca no Pinto & Sotto Mayor, ainda público. Em 1994, já nas mãos de Champalimaud, ascende ao conselho de administração, de onde sai em 1996 para o grupo Banif. Em 2001 entra nos quadros da CGD, o que não o impediu de ser colega de Passos Coelho na polémica Fomentivest de ngelo Correia. Regressa ao Banif em 2012, banco que presidiu até à entrega ao Santander.
Pedro Cardoso
Vogal
O Banco Português de Negócios (BPN) é nacionalizado e incorporado na CGD, em Fevereiro de 2008
24 de Novembro de 2010: pela primeira vez desde 1983, a CGTP-IN e a UGT convocam uma greve geral.
É assinado o acordo com a troika pelo PS, pelo PSD e pelo CDS-PP, em Maio de 2011, que reserva 12 mil milhões de euros para a banca privada.
5 de Junho de 2011: o PSD e o CDS-PP regressam ao governo. Passos Coelho é primeiro-ministro, Paulo Portas é ministro dos Negócios Estrangeiros.
2011-2013
O modelo de gestão da CGD é alterado pelo governo do PSD e do CDS-PP, este último que volta a ter um representante na administração da Caixa. O banco passa a ter uma comissão executiva, onde reside o poder, e que é presidida por José de Matos, com Nogueira Leite e Norberto Rosa como vice-presidentes. Em 2012, o governo aprova um plano de recapitalização, com a entrada de 900 milhões de euros em «instrumentos financeiros híbridos».
Faria de Oliveira
Presidente
PSD
Foi secretário de Estado em várias pastas e em todos os períodos em que o PSD esteve no governo, durante toda a década de 1980. É promovido a ministro do Comércio e Turismo (1990-1995), sendo eleito deputado pelo PSD nesse ano. É, desde 2012, presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
José de Matos
Vice-Presidente
PSD
Técnico do Banco de Portugal desde 1979, chegou a vice-governador em 2002, sendo o substituto de Vítor Constâncio nas reuniões do Conselho de Governadores do BCE e no FMI.
António Nogueira Leite
Vogal
PSD
Depois de ocupar cargos em empresas, chegou a presidente da Bolsa de Valores de Lisboa em 1999, de onde saiu no mesmo ano. Foi nomeado secretário de Estado do Tesouro e das Finanças do segundo governo de Guterres até 2000, quando entrou para o Grupo Mello, onde administrou várias empresas. Nos três anos anteriores à entrada na CGD foi membro do Conselho Nacional do PSD. Em Junho de 2011 participou no encontro do Clube de Bilderberg.
Norberto Rosa
Vogal
PSD
Ocupou o cargo de secretário de Estado do Orçamento em dois governo (1993-1995 e 2002-2004), sempre indicado pelo PSD. Pelo meio foi director do Banco de Portugal. Enquanto administrador da CGD, presidiu ao BPN depois da nacionalização, acompanhando o processo de entrega ao BIC.
Cabral dos Santos
Vogal
PSD
Rodolfo Lavrador
Vogal
PS
João Nuno Palma
Vogal
Nuno Fernandes Thomaz
Vogal
CDS
Fundou a consultora financeira ASK, que geriu até à entrada para a CGD. Foi secretário de Estado dos Assuntos do Mar de Paulo Portas (2004-2005), dirigente nacional do CDS-PP e cabeça de lista por Santarém nas legislativas de 2005.
Eduardo Paz Ferreira
Vogal
Pedro Rebelo de Sousa
Vogal
Álvaro Nascimento
Vogal
PSD
Fez carreira no BPI e na Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto. Foi conselheiro de David Justino no Ministério da Educação. Enquanto esteve no conselho de administração da CGD, acumulou os cargos com um lugar nos órgãos sociais da Unicer.
O BPN é vendido ao BIC por 40 milhões de euros, em Julho de 2011.
Os anos de 2012 e 2013 são marcados pelo «enorme aumento de impostos» de Vítor Gaspar.
Entre Novembro de 2011 e e Junho de 2013, a CGTP-IN convoca quatro greves gerais.
5 de Junho de 2011: o PSD e o CDS-PP regressam ao governo. Passos Coelho é primeiro-ministro, Paulo Portas é ministro dos Negócios Estrangeiros.
2013-2015
Faria de Oliveira dá o lugar a Álvaro Nascimento, mas a comissão executiva continua a ser presidida por José de Matos. O CDS-PP sobe na hierarquia, com Nuno Fernandes Thomaz a ser nomeado vice-presidente da comissão executiva. Prossegue o plano de reestruturação, que leva à saída de milhares de trabalhadores e à redução da presença em Espanha.
Álvaro Nascimento
Presidente
PSD
Fez carreira no BPI e na Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto. Foi conselheiro de David Justino no Ministério da Educação. Enquanto esteve no conselho de administração da CGD, acumulou os cargos com um lugar nos órgãos sociais da Unicer.
José de Matos
Vice-Presidente
PSD
Técnico do Banco de Portugal desde 1979, chegou a vice-governador em 2002, sendo o substituto de Vítor Constâncio nas reuniões do Conselho de Governadores do BCE e no FMI.
Nuno Fernandes Thomaz
Vogal
CDS
Fundou a consultora financeira ASK, que geriu até à entrada para a CGD. Foi secretário de Estado dos Assuntos do Mar de Paulo Portas (2004-2005), dirigente nacional do CDS-PP e cabeça de lista por Santarém nas legislativas de 2005.
João Nuno Palma
Vogal
Cabral dos Santos
Vogal
PSD
Ana Cristina de Sousa Leal
Vogal
Maria João Carioca
Vogal
Jorge Cardoso
Vogal
Pedro Pimentel
Vogal
Crespo de Carvalho
Vogal
Vieira Branco
Vogal
Eduardo Paz Ferreira
Vogal
Daniel Traça
Vogal
Pedro Falcão
Vogal
O Banco Espírito Santo é alvo de uma medida de resolução, que dita a sua transformação em Novo Banco, com um custo para o Estado de 4,9 mil milhões de euros, em Agosto de 2014
O Banif é entregue ao Santander, depois de sucessivas capitalizações públicas, em Dezembro de 2015.
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