O protesto de hoje, que decorreu a partir das 11h30, tinha como objectivo apelar ao Governo, sobretudo ao ministro da Economia, Caldeira Cabral, para que este intervenha no caso, de forma a aliviar a situação dramática dos trabalhadores.
«Nós levámos um cinto de ligas para simbolizar a ida do senhor ministro da Economia, no dia 7 de Janeiro de 2017, à empresa, quando apadrinhou todo este processo, a passagem da Triumph para a TGI-Gramax», disse à Lusa Mónica Antunes, dirigente do Sindicato dos Têxteis do Sul (Sintevcc/CGTP-IN), durante a manifestação.
E prosseguiu: «o senhor ministro da Economia disse [então] que tinha tudo para dar certo, que a mão-de-obra era qualificada e que íamos ser uma empresa de sucesso».
Os trabalhadores da antiga fábrica da Triumph lamentam que a situação se tenha arrastado até aqui, pois estão há 50 dias sem receber salários e o subsídio de Natal, mas também a ausência do ministro, exigindo que este fale directamente com eles, e que o «Estado não dê apoio».
Na Presidência do Conselho de Ministros, segundo a dirigente sindical, a responsável que recebeu os trabalhadores ouviu todas as reclamações sobre a actual situação da empresa e assegurou que iria transmiti-las ao ministro da Economia, que se encontrava numa reunião.
«Nós não vamos poder ficar presos àquele impasse. Resolvam o processo de insolvência e deixem as pessoas seguir a vida delas. Porque as pessoas querem trabalhar. Nós queremos trabalhar, não queremos nada daquilo que não é nosso. Queremos os nossos direitos», advertiu, lamentando a actual situação.
Neste sentido, Mónica Antunes espera que o ministro «dê a cara, assuma as suas responsabilidades e active os meios necessários para estas pessoas terem os meios de subsistência». «Estas pessoas não se vão aguentar por muito mais tempo sem receberem», alertou a dirigente.
Os trabalhadores da antiga fábrica da Triumph vão manter o piquete de vigilância na empresa por um período indeterminado, pois dizem desconhecer «o tempo que isto vai demorar», e prometem «não arredar pé das instalações», nem «deixar cair a luta», tendo acções previstas em vários pontos de Lisboa nos próximos tempos.
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