Foi no passado dia 26 que a Assembleia da República (AR) aprovou o projecto de resolução do PCP pela reabertura do SUB do Hospital Nossa Senhora da Ajuda, em Espinho, com votos a favor de PEV, BE e PAN, e com a abstenção de PS, CDS-PP e PSD.
Para Sónia Nobre, do MUSE, «esta é a prova de que lutar vale a pena e é isso que nos anima». Em declarações ao AbrilAbril, a representante do movimento de utentes reconhece que o projecto de resolução foi aprovado, «mas isso não faz com que abra amanhã», embora admita que «a urgência está lá e está equipada, só falta o pessoal».
Como tal, vão reunir já esta quinta-feira para pensarem em formas de reactivar a luta e fazer chegar a informação a toda a população de Espinho, «para que as pessoas saibam o que foi votado, por quem e de que maneira».
«Temos que estar atentos e vigilantes. O povo vai-nos requerer isso»
sónia nobre, muse
Mas também para mobilizar a população «no sentido de exigir que seja posto em prática aquilo que foi aprovado na AR e que foi uma grande vitória do PCP, que liderou esta luta e avançou com um projecto de resolução logo em Março, mal fizemos o contacto com os grupos parlamentares que quiseram estar presentes».
Sónia Nobre frisa que «o PS ficou de pensar, mas moção não entrou nenhuma, e só na véspera da votação entrou uma moção do PEV e outra do BE, muitos meses depois, muita luta depois do povo de Espinho».
A instrumentalização de um serviço público
A representante do MUSE aproveita ainda para denunciar que, depois de uma campanha autárquica «muito marcada pelo tema», em que «todos os grupos partidários e concorrentes às eleições, mesmo apartidários, fizeram bandeira da abertura da urgência, indo um bocado à boleia do MUSE. A verdade é que, na AR, a votação não reflectiu isso».
«Não se percebe muito bem que a nível do poder local seja dita uma coisa e a nível do poder central as decisões sejam outras», acrescenta.
Desde 2007 que os utentes do concelho de Espinho que necessitem de intervenção terapêutica avançada são obrigados a fazer vários quilómetros em direcção a uma das urgências mais congestionadas do País, a Urgência do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.
Para Sónia Nobre, «ir a Gaia por causa de uma gripe é completamente desajustado e só vai prejudicar o normal funcionamento daquela instituição». «Se realmente tivéssemos urgência em Espinho, que ainda por cima tem a funcionar no edifício uma consulta de pneumologia, com RX instalado, penso que podíamos despistar muitas das infecções respiratórias associadas e prestar um bom serviço à população», conclui.
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