De acordo com as autoridades, participaram no acto eleitoral 73% dos cerca de 550 mil cipriotas com direito a voto. A maioria optou por reeleger o conservador Nicos Anastasiades, que fez do relançamento das negociações sobre a reunificação da ilha uma das bandeiras da sua campanha, na sequência do falhanço, em Julho último, das conversações apoiadas pelas Nações Unidas.
Stavros Malas, candidato independente que contou com o apoio do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL, comunista), também fez das negociações da reunificação um tema prioritário e criticou o seu oponente por, enquanto participante nas últimas, não ter ido suficientemente longe para garantir um acordo.
Recorde-se que as eleições de ontem tiveram lugar na República do Chipre, país-membro da União Europeia reconhecido internacionalmente e que ocupa perto de dois terços da ilha mediterrânica. O território restante foi ocupado pela Turquia em 1974, que ali criou a República Turca de Chipre do Norte, não reconhecida a nível internacional.
Na primeira ronda das presidenciais, realizada a 28 de Janeiro, Anastasiades obteve 35,5% dos votos e Malas 30,25%.
Andros Kyprianou: «A luta não acaba aqui»
Na declaração que ontem fez sobre o resultado das eleições, o secretário-geral do AKEL, Andros Kyprianou, sublinhou a defesa dos interesses do povo, bem como as diferenças profundas que os comunistas têm com as políticas socioeconómicas de Anastasiades, que no último mandato «deu muito para poucos e muito pouco para muitos».
Também sobre a «questão de Chipre» – que o AKEL considera prioritária –, Kyprianou manifestou divergências em relação ao presidente reeleito, exigindo que dê provas de empenho.
No seu discurso, o líder dos comunistas cipriotas destacou que «a luta não acaba aqui» e garantiu que o AKEL a vai intensificar, em defesa dos interesses do povo do Chipre – para combater a pobreza, a desigualdade e o desemprego – e contribuindo para a reunificação da ilha.
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