|Associação Nacional de Sargentos

ANS exige respeito pela dignidade dos militares

«Estamos a um mês e meio do final do ano e promoções, nem vê-las!», sublinha a Associação Nacional de Sargentos (ANS), que fala em «lucro para o Estado e um verdadeiro esbulho para os militares».

Militares da Unidade de Elite do Exército Português em parada. Centro de Tropas de Operações Especiais em Lamego, 23 de setembro de 2016.
CréditosNuno André Ferreira / Agência Lusa

A cerca de duas semanas do final do ano, a ANS olha para uma situação «revoltante», considerando que, quem esperava ter as suas promoções ao longo de 2021 corre o risco de as ver «serem efectivadas apenas em 2022, sem direito a retroactividade», embora continuem a «fazer descontos mensais para a Caixa Geral de Aposentações, muito para além dos 36 anos de que vão poder usufruir».

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Militares criticam atrasos nas promoções

Remeter deliberadamente as promoções para o final de cada ano «tem sido uma prática ilegal» sancionada pelo Governo e criticada pelas associações militares.

CréditosManuel Araújo / Agência Lusa

A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) fez chegar ao Ministério da Defesa Nacional (MDN) e às chefias dos três ramos das Forças Armadas um ofício chamando a atenção para o facto de que, conforme explicita o Estatuto dos Militares das Forças Armadas, «as listas de promoção para 2021 já deveriam ter sido homologadas até 15 de Dezembro de 2020 e publicadas até 31 de Dezembro de 2020», o que não aconteceu. Aliás, «nos termos da legislação subsidiária aplicável», o prazo «para proceder às promoções em causa» é de 120 dias.

A AOFA não quer ver repetidas este ano as ilegalidades acima descritas e que têm prejudicado os rendimentos e as «expectativas de desenvolvimento de carreiras» dos militares. Nesse sentido, exorta o MDN a cumprir e fazer cumprir os prazos indicados.

Recorde-se que, na última semana e através de comunicado, também a Associação Nacional de Sargentos deixou críticas ao «facto, que se repete há alguns anos, de estarmos já a entrar no segundo trimestre do ano e as listas de promoção para 2021 ainda não serem conhecidas».

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No comunicado que emitiu, a ANS fala também «da (in)competência (ou falta de vontade) na gestão de recursos humanos», ao referir «que há militares altamente penalizados por má gestão e planeamento dos Ramos, que tendo vaga em 2020, ficaram sem a promoção por (imagine-se) “não haver plafond”!», alertando para o facto de haver militares «com vaga para promoção desde 2020, mas a maioria desde o dia 01 de Janeiro de 2021».

Uma situação a que se somam, segundo o comunicado, «um regime remuneratório injusto, obsoleto e elitista», com a «obrigatoriedade de descontar (14 vezes por ano) para uma assistência na doença que não cumpre o que está plasmado na lei de bases gerais da Condição Militar» e muitas outras «situações perniciosas».

A ANS deixa ainda duras à eventual criação de uma «entidade de avaliação da condição militar em Portugal» e reclama para que o Governo cumpra a lei e ouça as associações profissionais de militares, considerando que  «se, no que à Condição Militar diz respeito, se constata a incapacidade do modelo actualmente vigente de satisfazer as necessidades de equidade e dignificação efectiva das Forças Armadas e dos Militares, impõe-se então a evolução do modelo de diálogo social dos Militares para algo como o que existe em muitos outros países europeus, muitas vezes usados como referência».

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