Os trabalhadores da restauração e hotelaria estão entre os mais afectados pela pandemia, afirma a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN), acrescentando que continuarão a ser, por um largo período, os mais prejudicados pela crise económica e social.
A estrutura sindical lembra que, nos últimos meses, milhares de trabalhadores foram despedidos de forma ilícita e «abandonados à sua sorte» pelo patronato, que deixou de lhes pagar os salários e reduziu-lhes drasticamente os direitos.
A Fesaht denuncia que, com a retoma da actividade, se assistiu a um agravar da situação social no sector, designadamente com redução dos direitos, salários em atraso, jornadas de trabalho diário de mais de dez horas, trabalho não declarado ou trabalho clandestino.
Para a Federação, «é tempo de o Governo do PS apoiar os trabalhadores directamente», e não aqueles que tiveram elevados proveitos durante muitos anos, «à custa do aumento exponencial do turismo», embora admita que, pontualmente, devam ser aprovadas medidas destinadas às micro e pequenas empresas que tenham em vista a garantia dos postos de trabalho.
A Fesaht não acompanha os protestos dos patrões da restauração e hotelaria que reclamam apoios do Governo, uma vez que não os convertem em garantias de emprego, direitos e salários dignos aos trabalhadores.
«As recentes manifestações dos patrões contra as medidas do Governo (objectivamente justas numa perspectiva de classe), em que que já vimos trabalhadores a participar, podem ser facilmente induzidas nos trabalhadores como sendo do interesse comum [para] trabalhadores/patrões, já que se destinam a protestar contra o encerramento dos estabelecimentos, logo, também, a defender os postos de trabalho», alerta a estrutura.
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