Foram 698 as empresas que deram início a processos de despedimentos colectivos no ano passado, abrangendo um universo total de 8299 trabalhadores, segundo dados facultados pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ao Expresso.
Do total, e com os números disponibilizados até Novembro, 37% são micro empresas e 39,5% correspondem a pequenas empresas. Só recuando a 2013 se encontram registos piores, ano em que se contabilizaram 990 processos, abrangendo 9167 trabalhadores.
Os dados revelam que os diversos mecanismos de apoio que o Governo disponibilizou nos últimos meses às empresas não foram suficientes para travar uma escalada de despedimentos colectivos.
É o caso da proibição de despedimento por parte das empresas, que apenas foi decretada para o período de vigência dos apoios e até 60 dias após o seu fim, como aconteceu com o lay-off simplificado (medida que abrangeu, entre Março e Julho de 2020, mais de 115 mil empresas e 900 mil trabalhadores), o apoio à retoma, ou o incentivo extraordinário à normalização de actividade.
Veja-se, porém, que as empresas apoiadas, não podendo despedir durante o período do apoio, podem não renovar contratos a termo e podem avançar para os despedimentos após o fim do apoio.
Tendo em conta a situação de 2021, que aponta para sinais de nova queda da economia fruto do novo confinamento geral, serão cruciais medidas políticas mais decididas de apoio ao emprego para travar uma escalada no desemprego.
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