Decorre o Plano Nacional de Luta

Enfermeiros protestam em todo o País

Nas últimas semanas, enfermeiros da Guarda e do Algarve, entre outros, fizeram acções de protesto, reivindicando as 35 horas semanais de trabalho para todos e a admissão de mais enfermeiros.

A greve dos enfermeiros da Unidade Local de Saúde da Guarda está a decorrer desde quarta
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As várias acções de luta desenvolvidas pelos enfermeiros neste mês enquadram-se num Plano Nacional de Luta, dinamizada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. De entre as exigências estão a aplicação das 35 horas de trabalho semanal para todos, a admissão de mais trabalhadores e o pagamento integral do trabalho extraordinário.

Ontem deu-se o segundo dia de greve na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, em que se manteve a adesão de 50% de quarta-feira, estando a decorrer hoje o terceiro e último dia de protesto. Os enfermeiros concentraram-se junto ao Conselho de Administração da ULS, e entregaram um abaixo-assinado, que também será enviado para o ministro da Saúde, o ministro das Finanças e o primeiro-ministro. Houve ainda a entrega de vários requerimentos, por parte de enfermeiros com contrato individual de trabalho, a exigir a alteração da cláusula para as 35 horas semanais.

Num folheto distribuído aos utentes, durante a acção, pode ler-se que «a Organização Internacional do Trabalho define como tempo máximo recomendado para os enfermeiros as 36 horas semanais, [e que] Portugal subscreveu essa directiva», embora existam enfermeiros «com 40 horas semanais» de trabalho. «Há enfermeiros que têm uma carga horária superior a 50 horas semanais, sem qualquer compensação financeira extra, devido à grave carência de profissionais na instituição; (…) pontualmente os enfermeiros permanecem nos serviços a trabalhar mais de 16 horas seguidas, de modo a que os cuidados de enfermagem sejam assegurados», pode ainda ler-se no comunicado.

Já no Centro Hospitalar do Algarve (que inclui o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e Hospital do Algarve), as greves estavam previstas para 9 e 10 de Agosto. No segundo dia registou-se uma adesão por parte dos enfermeiros do Barlavento Algarvio de 94% no turno da noite, 75% no turno da manhã e 93% no turno da tarde. Os protestos foram prolongados para os dois dias seguintes, e logo no dia 11, no Hospital de Faro, aderiram 60% dos enfermeiros no turno da noite, 61% no turno da manhã e 68% no turno da tarde. Foram entregues nesse mesmo dia 150 requerimentos, dirigidos ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, onde se exigia o cumprimento das 35 horas.

Também no dia 10, os enfermeiros do IPO de Coimbra e do Hospital Distrital da Figueira da Foz fizeram greve, com adesões de 81 e 85%, respectivamente. Em causa está, uma vez mais, a discriminação de que são alvo os enfermeiros com contrato individual de trabalho, com horário de 40 horas.

Na ULS do Norte Alentejano houve greve ao turno da manhã do dia de hoje, com uma concentração, conferência de imprensa e entrega de documentos ao Conselho de Administração. Na nota à comunicação social, os enfermeiros «assumem estar disponíveis para continuar a desenvolver novas formas de luta caso o Governo não resolva a discriminação de que são alvo», referindo-se ao incumprimento das 35 horas como período normal de trabalho para todos os enfermeiros.

As acções reivindicativas continuam na próxima semana. No Hospital de Guimarães, os enfermeiros dos serviços de internamento e urgência fazem greve nos dias 23 e 25 deste mês, enquanto os do bloco operatório, cirurgia de ambulatório e consultas externas entram em greve nos dias 24 e 26. No Centro Hospitalar Tondela-Viseu, as greves vão de 22 a 26.

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