Na passada segunda-feira, as trabalhadoras compareceram na fábrica Remate & Silhueta, localizada na Maia (distrito do Porto), encontrando-a fechada e sem ninguém no local para lhes prestar esclarecimentos.
A fábrica, que produzia camisolas e T-shirts para marcas internacionais, justificou o encerramento alegando que, a partir de 1 de Setembro, o único cliente da empresa de têxteis iria deixar de fazer encomendas.
Na carta enviada pela administração lê-se: «Vimos pela presente comunicar-lhe que, em virtude do nosso único cliente nos ter informado que a partir do dia 1 de Setembro de 2019 deixará de nos dar trabalho, vemo-nos forçados a encerrar total e definitivamente a nossa empresa, por inviabilidade económica. Deste modo, o seu contrato de trabalho caduca na data de hoje, nos termos do n.º 3 do art.º 346.º do Código de Trabalho.»
As funcionárias consideram esta justificação «incompreensível», visto que, à data do encerramento, haveria ainda «muito trabalho a fazer», além de que «não houve qualquer sinal que fizesse prever este desfecho».
A maioria ganhava o ordenado mínimo e nunca tinha tido ordenados em atraso. Agora têm o mês de Agosto e as horas extra por receber, e exigem que o patrão declare insolvência para receberem aquilo a que têm direito.
Perante esta situação de despedimento sem aviso prévio, as trabalhadoras reclamam ainda a entrada nas instalações para retirar alguns objectos pessoais, mas, até à data, a empresa continua sem prestar qualquer tipo de declarações.
Em pergunta colocada hoje ao Governo, o grupo parlamentar do PCP considera que «é forçoso defender os direitos destas trabalhadoras» e que o Executivo deve tomar medidas que respondam à «injustiça» sentida por quem tem «obrigações pessoais, familiares e contas para pagar».
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