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Greve na Ryanair contra as «ilegalidades» praticadas pela empresa

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) marcou uma greve para o período de 21 a 25 de Agosto, antes de a Ryanair ter anunciado o encerramento da base algarvia.

Companhia aérea tem trazido tripulantes estrangeiros para operarem os voos de Portugal durante a greve
A presidente do sindicato alertou para o facto de o anúncio de encerramento da base em Faro ser feito «num timing que parece de tentativa de coacção para que as pessoas tenham medo de fazer greve» Créditos / Pixabay

Em comunicado, o sindicato apontou como motivos da paralisação as «ilegalidades» praticadas pela empresa em Portugal, entre elas a falta de pagamento dos subsídios de férias e de Natal; a não atribuição de 22 dias úteis de férias por ano; o não cumprimento integral da lei da parentalidade portuguesa e a não integração do quadro de efectivos de todos os tripulantes de cabine com mais de dois anos de serviço sem perda de retribuição ou antiguidade.

Entretanto, a Ryanair comunicou esta terça-feira, em Faro, que vai encerrar a sua base no aeroporto algarvio em Janeiro de 2020 e despedir cerca de cem trabalhadores, embora mantendo os voos.

A presidente do SNPVAC, Luciana Passo, disse que uma directora de recursos humanos da Ryanair esteve em Faro para anunciar o encerramento. Alertou para o facto de este anúncio ser feito «num timing que parece de tentativa de coacção para que as pessoas tenham medo de fazer greve».

Defendendo a importância de «saber quais os contratos que a Ryanair fez com o Governo e que benefícios teve», a presidente do SNPVAC lamentou que a greve possa ser usada para justificar este encerramento. «Há sempre um bode expiatório, que são os tripulantes», criticou.

No dia 1 de Agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.

O SNPVAC garante que está aberto a negociações, mas vai avançar com a greve nos moldes em que está prevista, tendo em conta que os resultados das conversações desta semana sobre as reivindicações em causa não foram satisfatórios. A dirigente sindical participou esta terça-feira numa reunião na Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), em Lisboa, para discutir os serviços mínimos para a greve, mas não houve acordo.

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