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Hutchinson contra os direitos de parentalidade

Em Portalegre, a Hutchinson pressiona os trabalhadores com vínculos precários a aceitar um «banco de horas negativo» para poderem ficar em casa com filhos menores, denuncia o sindicato.

Créditos / CGTP-IN

A situação que o País atravessa devido às medidas de combate à Covid-19 é usada, mais uma vez, pelo patronato para impor bancos de horas aos trabalhadores. É o caso da Hutchinson, em Portalegre, onde a administração se aproveita das fragilidades dos contratos precários e da necessidade dos trabalhadores ficarem em casa com os seus filhos para pedir «horas negativas».

A denúncia é feita pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN) em comunicado, onde acusa a empresa de fazer uso da ameaça de despedimento caso os trabalhadores entreguem a declaração de «apoio excepcional à família».

A organização sindical afirma ter conhecimento de que já foram despedidos alguns trabalhadores que entregaram esta declaração e se recusaram a aceitar o banco de horas e a compensar a empresa posteriormente pelo tempo em que são forçados a ficar em casa com os filhos, exercendo um direito consagrado na lei.

Recorde-se que, em Julho passado, a multinacional despediu trabalhadores, manteve alguns em casa com cortes salariais, por via da aplicação do lay-off simplificado, e exigiu a outros a prestação de trabalho extraordinário, apesar de ter recorrido ao «apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho» garantido pelo Estado.

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