Após as comemorações de ontem do Dia Internacional do Trabalhador, o tema esteve hoje em destaque no plenário da Assembleia da República, no âmbito das declarações políticas realizadas pelos vários partidos, neste caso da parte do PCP e do PSD.
Rita Rato, em representação do PCP, assinalou que «passados 132 anos do primeiro 1.º de Maio, continua a ser de uma imensa actualidade e exigência a luta pelo emprego com direitos», afirmando ainda que, «em 2018, a luta pelas 8 horas de trabalho e horários dignos, que respeitem a sua vida, continua a ser central».
Salientando que existem condições para melhorar a vida dos trabalhadores, exemplificando com os avanços científicos e tecnológicos recentes, a deputada afirmou «ser essencial saber que desenvolvimento queremos para o País: colocar estes ao serviço das pessoas ou apenas para o lucro de uma minoria».
Sobre as reivindicações dos trabalhadores, Rita Rato afirmou que «são justas» e que o seu partido se baterá por estas, tanto no aumento geral dos salários no público e no privado, inclusive com a proposta da CGTP-IN de 650 euros de salário mínimo em Janeiro de 2019.
PCP acusa PS de estar ao lado do PSD e CDS-PP
Rita Rato não deixou passar em branco o recente alinhamento do PS com a direita, relativo à legislação laboral, nomeadamente quanto à caducidade da contratação colectiva ou no tratamento mais favorável ao trabalhador.
«Os direitos dos trabalhadores nunca foram oferecidos por governo nenhum, foram sempre conquistados com a sua corajosa luta. Mas, será revelador das opções do Governo PS ignorar a sua justeza, mantendo com o PSD e CDS as normas gravosas da legislação laboral», afirmou.
Segundo a deputada, «cada dia que passa, mantendo intocável as normas mais gravosas da legislação laboral, é um dia a menos para o desenvolvimento do País. Que o digam os trabalhadores das grande superfícies (...) ou os bolseiros e investigadores em luta contra a precariedade».
PSD felicita UGT
O deputado Pedro Roque, do PSD, também dedicou o tema ao 1.º de Maio mas, apesar de reconhecer uma dicotomia histórica entre trabalho e capital, afirmou que o antogonismo existente não contribui positivamente e que «a luta de classes é, hoje em dia, anacrónica».
Sem falar de direitos laborais, o deputado acabou por felicitar a UGT pela proposta de redução dos IRC para empresas sediadas no interior e pela sua disponilidade para o diálogo e a conciliação.
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