Há quase 150 mil professores e educadores, desde o pré-escolar até ao Ensino Secundário, e são estes os profissionais os abrangidos pelo protesto convocado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN).
Os motivos da greve são antigos e prendem-se essencialmente com medidas de valorização social e material da profissão de educadores de infância e docentes do Ensino Básico e Secundário.
Através da greve às aulas presenciais e ao ensino à distância, os docentes reivindicam a alteração dos actuais requisitos da aposentação e querem que seja aprovado um regime de pré-reforma.
A quase totalidade dos inquiridos (98,2%), num inquérito desenvolvido pela estrutura sindical, considera que é urgente criar um regime específico que permita a aposentação mais cedo. Outra das exigências é a «eliminação de abusos e ilegalidades nos horários de trabalho», já que a maioria considera que os horários estão «desajustados».
Os docentes estão quase todos de acordo (96,9%) no que toca à persistência de problemas na carreira, tais como os mais de nove anos de serviço que estiveram congelados e que ainda não conseguiram recuperar na totalidade para efeitos da progressão da carreira. O fim das vagas para aceder ao 5.º e 7.º escalões da carreira docentes (composta por dez escalões) é outra das medidas pedidas.
Igualmente contestada pelos professores é a transferência de competências para os municípios, por temerem que «abra a porta» à ingerência na vida das escolas e à privatização, provocando maiores assimetrias.
No contexto da pandemia de Covid-19, os professores apontam «problemas novos» que têm surgido, de entre os quais se destaca a falta de docentes que está a deixar sem aulas milhares de alunos.
Por sua vez, também o apoio aos alunos que se encontram em casa não tem tido uma resposta adequada, refere a Fenprof. Os professores ficam «sobrecarregados», uma vez que mantêm toda a sua actividade nas escolas, e são confrontados com «a prática, de legalidade duvidosa, de filmagem e divulgação de aulas presenciais».
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