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Israel viola novamente o cessar-fogo em Gaza

Aviões israelitas atacaram a Faixa de Gaza esta quinta-feira à noite, violando pela segunda vez em dois dias o cessar-fogo estabelecido em 21 de Maio, após 11 dias de bombardeamentos ao enclave.

Créditos / WAFA

Foram atingidos por mísseis israelitas pelo menos cinco pontos no enclave costeiro cercado, com o pretexto de que pertenciam ao movimento de resistência Hamas. O Ministério palestiniano da Saúde em Gaza não reportou a existência de vítimas.

De acordo com a informação divulgada pelos militares israelitas, «o ataque foi perpetrado em resposta ao lançamento contínuo de balões incendiários» para os territórios ocupados em 1948, informa a PressTV.

Por seu lado, a agência WAFA refere que os balões incendiários lançados para o actual território israelita foram uma resposta das facções palestinianas à Marcha das Bandeiras, realizada pelos colonos judeus para celebrar a ocupação da parte oriental de Jerusalém em 1967.

Para os palestinianos, as acções provocadoras associadas ao chamado Dia de Jerusalém «visam intimidar os habitantes palestinianos de Jerusalém e reflectem as políticas colonialistas, de limpeza étnica e expulsão levadas a cabo pelos israelitas», refere a fonte.

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Canadianos solidários impedem navio israelita de atracar

Um grupo de dez pessoas formou um piquete no Porto de Prince Rupert, esta segunda-feira, para impedir um navio porta-contentores israelita de atracar. Os estivadores mantiveram-se firmes.

Um dos solidários com a Palestina em Prince Rupert, na Colúmbia Britânica, Canadá 
Créditos / cbc.ca

O navio porta-contentores Volans, da empresa marítima israelita ZIM, pretendia atracar num dos portos mais movimentados da costa canadiana, Prince Rupert, na província de Colúmbia Britânica, mas passou a maior parte de domingo ancorado e, na segunda-feira, foi impedido de descarregar as mercadorias.

Tal ocorreu depois de dez manifestantes terem formado um piquete à entrada do terminal de contentores de Fairview, refere o portal cbc.ca, acrescentando que a acção decorreu em «solidariedade com o movimento Block the Boat» (bloqueia o barco), que tem como objectivo impedir que navios israelitas transportem mercadorias para a América do Norte, na sequência da ofensiva recente contra Gaza e Jerusalém ocupada.

Cabe aos 505 estivadores filiados no International Longshore Workers Union (ILWU) descarregar os navios quando estes entram no terminal, mas nenhum dos trabalhadores atravessou a linha do piquete, indica a fonte.

«Não podemos negar que o mundo é um sítio interligado, pelo que o navio que descarrega aqui tem um impacto nas vidas das pessoas no outro lado do mundo», disse Francis Riley, uma de várias pessoas que seguravam cartazes durante a acção.

Solidária com a Palestina junto à fábrica da Arconic, em Birmingham, Inglaterra, em protesto contra a ligação à máquina militar israelita / @Pal_action

«Penso que é algo difícil de mostrar mas que é importante fazer», acrescentou. Depois de confirmarem junto da autoridade portuária que o Volans não iria descarregar em Prince Rupert, os manifestantes saíram da entrada do terminal.

Pelo menos 260 palestinianos foram mortos pelos bombardeamentos israelitas da Faixa de Gaza durante 11 dias consecutivos em Maio, na sequência de grande tensão promovida pelas forças sionistas no complexo da mesquita de al-Aqsa e em bairros de Jerusalém Oriental ocupada.

Os movimentos de resistência lançaram milhares de rockets para os territórios ocupados em 1948. A 21 de Maio, os israelitas anunciaram um cessar-fogo, alcançado sob os auspícios dos Egipto.

Volans também bloqueado em Oakland

No final de Maio e no início de Junho, o Volans tentou atracar em Oakland, na Califórnia (EUA), mas os estivadores, também filiados no ILWU, recusaram-se a descarregar as mercadorias. O navio partiu para o porto canadiano de Prince Rupert no passado dia 4.

Estima-se que os danos económicos causados à ZIM, empresa israelita que detém o navio, sejam de vários milhões de dólares. Em comunicado, a campanha Block the Boat destacou igualmente os «impactos políticos».

Num e-mail enviado aos 505 estivadores da ILWU em Prince Rupert, o Conselho Internacional de Trabalhadores Portuários (IDC, na sigla em inglês) expressa a sua «solidariedade aos camaradas que optaram por não furar o piquete para defender uma causa tão nobre», informa o cbc.ca.

Também esta segunda-feira, um grupo de solidários com a Palestina ocupou uma fábrica da empresa Arconic em Birmingham (Inglaterra) e içou uma bandeira da Palestina no mastro em frente a essas instalações, para protestar contra a ligação da empresa à máquina de guerra israelita e, dessa forma, ao massacre em Gaza.

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Os ataques levados a efeito pela aviação militar israelita esta quinta-feira à noite na Faixa de Gaza cercada seguem-se aos perpetrados na quarta-feira, também sem vítimas a registar, e constituem a primeira grande acção de guerra desde que os israelitas decretaram um cessar-fogo, alcançado com o apoio do Egipto, a 21 de Maio último, ao cabo de 11 dias de bombardeamentos que provocaram a morte a mais de 260 palestinianos e deixaram mais de 2000 feridos no enclave costeiro.

Durante o massacre a Gaza, os grupos da resistência palestiniana lançaram mais de 4000 rockets para os territórios ocupados em 1948, provocando a morte a 11 israelitas.

Território cercado, bloqueado, punido

No território cercado, vivem cerca de dois milhões de palestinianos, que há 12 anos são submetidos a um bloqueio rígido e punitivo, que destruiu a economia do território e as fontes de rendimento dos seus habitantes, que enfrentam elevadas taxas de desemprego e pobreza.

Isolados do resto da Palestina e do mundo, os habitantes da Faixa de Gaza enfrentam ataques sucessivos da máquina de guerra israelita, que causou graves danos às infra-estruturas do território, e dependem da ajuda humanitária para satisfazer as necessidades básicas.

Uma grande parte da população do enclave costeiro cercado é refugiada ou descendente dos palestinianos que foram expulsos pelas milícias israelitas dos territórios hoje designados como Israel. E ainda hoje lutam pelo direito ao retorno, consagrado no direito internacional.

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