Segundo noticiou o jornal O Jogo, o anúncio da greve na liga feminina foi feito pela guarda-redes do Athletic de Bilbao. Em causa está a luta por um contrato colectivo de trabalho e a obtenção de direitos que actualmente não possuem, designadamente licença de maternidade paga, salário por incapacidade temporária e 30 dias de férias por ano.
Com 35 anos, Ainhoa Tirapu, guardiã do Athletic de Bilbau e dirigente da Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE), foi o rosto e a voz da decisão tomada cinco dias antes do último encontro que juntou à mesa representantes dos clubes e das jogadoras, no âmbito da mediação imposta por lei.
Segundo O Jogo, «foram três horas de conversa sem saída e o que prevaleceu foi o eco das palavras de Ainhoa Tirapu, quando tinha com ela as cerca de 200 futebolistas que votaram por esmagadora maioria (93%) o recurso à greve».
«Tínhamos de tomar medidas mais drásticas», explicou a guarda-redes: «Neste momento do futebol feminino, devemos procurar um futuro melhor. Já não podemos ficar paradas e não lutar pelos nossos direitos.»
O que fez romper as negociações foi a definição do valor dos contratos a tempo parcial. Os sindicatos exigem o valor mínimo de 12 mil euros anuais, o que representa 75% do salário mínimo previsto para contratos de tempo integral (16 mil euros). Os clubes não vão além dos 50% ou oito mil euros – proposta que as atletas apelidam de «indigna», sobretudo por estar em causa um profissionalismo encapotado.
Exemplo disso é a própria Ainhoa Tirapu, internacional espanhola, desde 2005 no Athletic. Tem uma licenciatura em Química, especializou-se em Toxicologia, no entanto, nunca exerceu. «Sempre fui futebolista», contou, há meses, numa entrevista ao diário Marca.
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