O apelo foi lançado no decorrer das comemorações dos 95 anos da fundação da CGTP por José Carlos Mariátegui, um dos pioneiros do socialismo no país andino e fundador do Partido Socialista, organização política da classe trabalhadora e gérmen do Partido Comunista.
Ao intervir na cerimónia, que decorreu no passado dia 17 no auditório do Sindicato Unitário dos Trabalhadores da Telefónica do Peru (SUTTP), em Lima, Gerónimo López indicou que a jornada nacional de luta, a 30 de Maio, servirá para exigir a recuperação da democracia, depois de organizações de direita e ligadas à corrupção se terem apoderado do aparelho de Estado.
Dirigindo-se às forças de esquerda, democráticas, nacionalistas, dos povos originários, andinos e amazónicos, aos camponeses, operários e trabalhadores da cultura, às organizações de mulheres e de juventude, o secretário-geral da CGTP disse ainda que será exigida «uma nova governabilidade e um novo pacto social», por via de uma assembleia constituinte.
Dia 30 de Maio será uma jornada de expressão do descontentamento dos trabalhadores e do povo face ao governo da presidente golpista Boluarte, bem como a afirmação dos «sagrados direitos dos trabalhadores», refere o portal da central sindical.
As exigências fundamentais em que se centra a jornada nacional de protesto são o aumento geral dos salários e das pensões, travar o aumento do custo de vida, o fim da corrupção no Estado e a rejeição da «ditadura genocida».
«Trabalhadores sem consciência política não serão protagonistas da luta contra os corruptos mercenários da direita e extrema-direita»
No seu discurso, López destacou que a jornada de protesto tem como contexto uma correlação de forças desfavorável ao movimento sindical e às forças democráticas e progressistas.
«A situação da classe trabalhadora e da imensa maioria dos sectores populares do Peru agrava-se como consequência da crise do capitalismo neoliberal e corrupto», disse o dirigente sindical, ao reflectir em torno do aniversário da CGTP.
Criticando a política e a conduta dos «delinquentes mafiosos» que integram o governo e estão em todas as estruturas do Estado, López destacou o modo como os trabalhadores e as camadas populares sofrem as consequências disto, tendo-se ainda referido ao facto de a classe dominante ter conseguido «despolitizar e desideologizar grandes sectores da classe trabalhadora», desde os anos 90.
Neste contexto, refere a Prensa Latina, defendeu que a principal tarefa dos trabalhadores filiados nos seus sindicatos de classe e do povo organizado é «a unidade e a consciência de classe, para se envolverem na luta política e ideológica».
Em seu entender, os «trabalhadores sem consciência política não serão protagonistas da luta contra os corruptos mercenários da direita e extrema-direita enquistados nos organismos do Estado», limitando-se a ser «simples votantes nos mesmos verdugos».
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