Depois de se levantarem dúvidas sobre discriminação na Área Metropolitana de Lisboa

Utentes dos transportes do Porto também querem descontos

O Grupo de Utentes de Transportes Públicos de Passageiros do Porto «lamentam e estranham» que apenas os transportes da capital sejam alvo de descontos nos bilhetes.

Autocarro da STCP no Porto
CréditosManuel de Sousa / CC-BY-2.5

Os utentes dos transportes públicos do Porto afirmam não compreender que «o Governo da República se tenha esquecido das outras cidades do País e dos seus utentes, nomeadamente do distrito do Porto».

Lembram que os aumentos brutais nos preços dos transportes, em 2011/12, fizeram com que milhares de reformados deixassem de comprar o título mensal, acrescentando que recentemente houve novos aumentos e que por isso «é de maior justiça que o Governo tome medidas no sentido de voltar a restituir a mobilidade que os reformados merecem e precisam».

O Grupo de Utentes de Transportes Públicos de Passageiros do Porto considera que os utentes devem ser tratados da mesma forma em todo o território, comprometendo-se a continuar «a lutar para a redução dos preços dos transportes», nomeadamente através da reivindicação que se apliquem os mesmos descontos no Porto que foram aplicados em Lisboa.

A gratuitidade para as crianças menores de 12 anos e o desconto de 60% para todos os maiores de 65 anos foram anunciadas como se decorressem do novo modelo de gestão da Carris. Na realidade, a gratuitidade para crianças está estipulada para a Carris e para o Metro de Lisboa. Como a administração do Metro permanece sob a alçada do Governo, a emissão do desconto não partiu do município mas antes do Executivo de António Costa.

Já tinha sido assim colocada a questão do porquê da medida ser restrita a estes operadores, e se os privados podem vir a ser contemplados. Ou seja, apesar da Carris servir um total de seis municípios, designadamente Almada, Amadora, Lisboa, Loures, Oeiras e Odivelas, os descontos ficam reservados à capital, deixando de fora as redes de transportes dos restantes concelhos servidos pelo Metro, pela Carris e pela CP.

Agora a questão já não se coloca apenas na discriminação na Área Metropolitana de Lisboa, mas também relativamente ao resto do País. 

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