A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) chama a atenção para o frágil funcionamento da saúde militar, em particular do Hospital das Forças Armadas (HFAR), num quadro em que as condições dos «médicos civis que prestam serviço no HFAR não são diferentes das que se verificam noutras carreiras da saúde, como enfermeiros ou técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, resultado da produção de leis com claras insuficiências e interpretações castradoras, práticas habituais no seio da Defesa Nacional, sempre em prejuízo dos que ali prestam serviço».
No comunicado que emitiu, a AOFA considera que as notícias sobre a possibilidade de se concretizarem greves dos médicos do HFAR, no próximo mês de Janeiro, «são apenas mais uma pedra visível do desmoronamento, intencional ou negligente» da saúde militar, situação para a qual alertou «quem tem o dever de zelar e a responsabilidade de garantir recursos para cumprir as missões atribuídas às Forças Armadas». Por outro lado, denuncia o facto de, aos oficiais profissionais de saúde, parecer restar «pouco mais do que cumprir o dever como podem e com o pouco que têm, desmultiplicando-se em tarefas e dando a cara aos camaradas militares que ainda procuram assistência sanitária no sistema de saúde militar».
A Associação de Oficiais afirma ainda que o resultado da prometida reestruturação da saúde militar, que traria «um Sistema de Saúde Militar revigorado», mais forte e eficiente, foi a «redução dos hospitais militares para um terço das suas camas e dos seus profissionais», para além das «profundas assimetrias na progressão nas carreiras entre oficiais de saúde dos diferentes ramos da Forças Armadas e, dentro destes, em cada especialidade ou classe».
Por fim, a AOFA reconhece haver «pelo menos um mérito de quem tem governado a Defesa Nacional: o de ter criado condições para que a saúde militar consiga viver de milagres ou, em alternativa, que as Forças Armadas cumpram as suas missões com homens e mulheres que não esperam nem precisam de apoio sanitário de proximidade ou de rectaguarda».
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