A Artland, Investifino, Vale do Lobo, Júpiter (com ligações à La Seda de Barcelona e à Artland), Fundação Berardo, Fundação Horácio Roque, MSF Engenharia e o grupo Lena, que passou a chamar-se NOV, fazem parte do grupo dos 25 maiores devedores, de acordo com a auditoria realizada a pedido do Ministério das Finanças.
Entre 2000 e 2015, e apesar de pareceres desfavoráveis emitidos pela Direcção de Gestão de Risco, a Caixa concedeu a este grupo um total de 2,13 mil milhões de euros em créditos, que acabariam por gerar perdas de 1310 milhões de euros.
Uma astronómica quantia que, confirma o Negócios esta quinta-feira, será impossível recuperar na totalidade já que, além das situações de falência, há empresas que estão em insolvência ou a aguardar o Processo Especial de Revitalização (PER).
A encabeçar a lista dos irrecuperáveis surge a Artland, accionista da La Seda. Em Dezembro de 2015, a exposição da CGD à empresa, declarada insolvente em 2017, era de 350,8 milhões de euros.
Entre os irremediáveis surge também a Finpro, sociedade gerida por Américo Amorim, que em 2017 continuava a ser considerado o homem mais rico de Portugal, pelo Banif e pela CGD, e a Investifino de Manuel Fino, que entretanto transferiu a sede da holding para Malta.
O «investidor» Joe Berardo, cujos empréstimos para compra de acções resultaram em perdas de 152 milhões de euros, é um dos que «seguem no vermelho», já que mantém activas as operações da Metalgest e da Fundação.
Mas na Fundação do fundador do Banif, Horácio Roque, e na sociedade Soil – empresas que fazem parte do universo empresarial das suas herdeiras, é certo que o banco público vai perder 23 milhões de euros.
Apesar do reconhecimento dos devedores e dos responsáveis políticos nos 15 anos avaliados pela EY, a pedido do Ministério das Finanças, o Parlamento discute esta quinta-feira a constituição daquela que será a terceira comissão de inquérito à CGD na actual legislatura, apesar de alguns dos empréstimos ruinosos, como os que foram concedidos a Joe Berardo e ao empreendimento Vale do Lobo, já terem sido tratados na primeira.
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