Durante a madrugada da passada segunda-feira, Odair Muniz foi alvo de uma perseguição policial na Cova da Moura e morto após ter sido alvejado por um agente da PSP. De acordo com o Expresso, a versão oficial da PSP foi desmentida pelo próprio agente que realizou os disparos durante um interrogatório da Polícia Judiciária.
O caso gerou um sentimento de revolta generalizado motivado por décadas de acção policial desproporcional sentido diariamente pelas pessoas que vivem nos bairros sociais. Ainda ontem 15 agentes da PSP invadiram a casa da família enlutada e, apesar de haver imagens e jornalistas presentes no momento, a direcção da polícia negou o acontecimento.
A situação não é fácil e a resposta a todos os problemas verificados não será dada no imediato, exigindo-se que o Estado assuma uma mudança estrutural nas várias esferas da vida, tantos das pessoas que vivem nos bairros sociais, como na polícia.
É neste contexto que o PCP apresentou um voto de pesar pela morte de Odair Moniz. No texto do voto pode ler-se que para os comunistas é importante «que as autoridades competentes determinem as circunstâncias da grave e infeliz ocorrência e que sejam apuradas todas as responsabilidades» e que «é isso que é devido à família e à população do Bairro do Zambujal».
O PCP considera ainda que «nestas circunstâncias, importa ouvir o sentimento da população, garantir que a actuação policial seja adequada e proporcional e prevenir e condenar quaisquer actos violentos e de incitamento à violência».
«A Assembleia da República, reunida em plenário, manifesta o seu pesar pelo falecimento do Odair Moniz e expressa sinceras condolências aos seus familiares e amigos e solidariedade com a toda a população do Bairro do Zambujal e do concelho da Amadora», pode ler-se no final do voto de pesar apresentado pelos comunistas.
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