Os números constam do boletim estatístico do Banco de Portugal de Fevereiro, divulgado pelo banco central esta manhã. Já o impacto acumulado, entre 2007 e 2017, das ajudas à banca no défice das contas públicas foi de 9,1% do PIB.
Estes dados confirmam que uma fatia considerável da elevada dívida pública portuguesa, cujo volume justificou a política seguida pelo anterior governo, não resultou de o Estado ou de os portugueses em geral «viveram acima das suas possibilidades». Pelos menos um décimo da dívida pública que existem tem responsáveis muito bem identificados: os donos e gestores dos bancos, que os atiraram para avultados prejuízos e, nalguns casos, para a falência.
Na última semana, o Dinheiro Vivo noticiou que, desde 2007, o valor ascende a 17,1 mil milhões de euros. Ou seja, o Estado anda há uma década a pedir emprestado e a pagar juros sobre esses empréstimos para pagar, no essencial, gestões ruinosas de bancos privados, ao mesmo tempo que foram impostos duros cortes nos rendimentos dos trabalhadores e pensionistas, nos apoios sociais e nos serviços públicos.
Apesar da reversão de muitos dos cortes do anterior governo na actual legislatura, a dívida continua a subir em termos nominais. O País continua a pagar, não só pelas falências do BPN, do BPP, do BES e do Banif, entretanto entregues a privados, mas também pelos fundos injectados nos privados BCP e BPI. Resta a Caixa Geral de Depósitos na esfera pública, e o único grande banco nacional, que também custou muitos milhões nos últimos anos, fruto da gestão desastrosa de administradores alinhados com o bloco central.
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