As sondagens divulgadas nestas últimas semanas já apontavam para a reeleição do Presidente francês, apesar da dificuldade de Emmanuel Macron em motivar os eleitores de esquerda, como aconteceu no debate televisivo com a candidata da extrema-direita, onde fez poucas referências às questões relativas à precariedade do trabalho e ao crescimento das desigualdades sociais. Por seu lado, Marine Le Pen, que obteve um significativo aumento de votação em relação a 2017, procurou moderar o discurso e iludir os sectores populares, exibindo bandeiras que lhes são caras.
Emmanuel Macron e o seu governo sofreram uma acentuada quebra de popularidade, nomeadamente através da tentativa de impor políticas cada vez mais liberais, como a privatização dos caminhos de ferro, a reforma das leis laborais e o aumento dos preços. Aliás, esta política anti-popular do presidente francês, que se traduziu no crescimento das dificuldades económicas sentidos pelos trabalhadores franceses, tem sido objecto de um vigoroso protesto e de uma resistência crescente, com diversas manifestações e lutas laborais, incluindo greves prolongadas.
Esta a razão pela qual muitos franceses, defensores da liberdade, da democracia e da justiça social, não acreditam em Macron e tiveram dificuldade em dar-lhe o seu voto. Dessa forma, terão contribuído também para o aumento da abstenção, a mais alta desde 1969, e para a perda de votos do Presidente francês em relação às últimas presidenciais.
No seu discurso de vitória, Macron reconheceu que muitos franceses terão votado nele não por apoiarem as suas políticas, mas para travar a extrema-direita, afirmando que continuará «a trabalhar por uma sociedade mais justa».
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