|Cuba

Casa das Américas recebe colóquio de bibliotecários

O VII Colóquio Internacional «Do papiro à biblioteca virtual» decorre de 4 a 7 de Setembro, na Casa das Américas, em Havana, centrado nos desafios dos profissionais da informação na era digital.

Casa das Américas, em Havana 
Créditos / Prensa Latina

Na apresentação do evento, que é organizado pela Biblioteca da instituição, foram convidados a participar bibliotecários, arquivistas, curadores, preservadores, profissionais da informação, escritores, editores, promotores culturais e investigadores do mundo, sobretudo da região, tendo como propósito a troca de experiências sobre desafios e perspectivas que os profissionais do sector enfrentam na actualidade.

Na quarta-feira, o portal laventana.casa.cult.cu confirmou a presença de especialistas, investigadores e profissionais da Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Espanha, Guatemala, Honduras, México e Panamá.

Tira sobre o colóquio / laventana.casa.cult.cu

Nas sessões do encontro, que decorrem inteiramente da Sala Che Guevara, serão abordadas diversas linhas de análise, nomeadamente: tecnologias da informação e as comunicações e as suas diversas aplicações nas bibliotecas e instituições culturais.

O profissional da informação e os seus desafios no contexto actual; tendências teóricas da normalização para o processamento da informação documental e audiovisual; perspectivas para a América Latina e as Caraíbas são outros temas em análise.

Serão também discutidas questões como a alfabetização informacional, serviços de informação e promoção da leitura como entes transformadores na cultura e educação; e a inclusão socioeducativa nas bibliotecas, arquivos, museus e centros de informação da América Latina e o seu impacto na comunidade.

Estão previstas sete conferências de diversos académicos e investigadores, num evento que contará ainda com painéis, mesas-redondas e debates.

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Uma casa em Havana para erguer a voz da cultura latino-americana

Fundada por Haydée Santamaría, a Casa das Américas faz 61 anos, marcados pela ligação a centenas de escritores, artistas plásticos, músicos, investigadores e pela defesa da identidade da região.

Interior do edifício da Casa das Américas, que se localiza na emblemática esquina da «calle tercera y G», no Vedado de Havana
Créditos / AbrilAbril

Com o impulso de Haydée Santamaría – heroína do assalto ao Quartel Moncada (em Santiago de Cuba, a 26 de Julho de 1953) –, a instituição constituiu-se, ao longo da sua existência, como um marco na cultura do continente, sendo «a que mais fez para que se conhecessem» os seus escritores.

E continua «a vibrar, latir, palpitar, viver e dar vida», disse numa entrevista ao Granma, por ocasião do 60.º aniversário, o seu anterior presidente, o poeta e ensaísta Roberto Fernández Retamar, falecido em Julho de 2019.

Surgida menos de quatro meses após o triunfo da Revolução, a Casa enfrentou um contexto político hostil à ilha caribenha – devido às investidas constantes dos EUA e dos governos seus aliados na região – e teve um papel importante na ligação de Cuba à intelectualidade dos países latino-americanos, tornando-se um dos baluartes para impedir o isolamento de Cuba na América Latina.

A promoção e a redescoberta de um «pensamento latino-americanista» é outro elemento destacado na existência deste centro cultural, que foi concebido como espaço de troca de perspectivas e se tornou a «casa» de criadores prestigiados como Víctor Jara, Rodolfo Walsh, Julio Cortázar, Mario Benedetti, Juan Aburto ou Eduardo Galeano, entre muitos outros.

Além de divulgar, promover – nomeadamente na revista Casa de las Américas – e premiar trabalhos de jovens criadores e figuras consagradas nas áreas da literatura, do teatro, das artes plásticas e da música, a instituição passou a dar atenção, mais recentemente, a diversas investigações relacionadas com os tempos mais actuais, como os estudos sobre a mulher, os povos originários, os latinos nos Estados Unidos e os afro-descendentes.

Sobre a Casa das Américas, o escritor argentino Julio Cortázar «destacou o trabalho de recepção da cultura do mundo, impossível de obviar pela "qualidade e a validade da produção intelectual e artística que a Casa veicula e estimula"», revela a Prensa Latina. «Aqui me descobri latino-americano», disse.


Por seu lado, o escritor uruguaio Mario Benedetti afirmou: «Desde a sua criação, a Casa quis ser um centro de divulgação de estudo e de encontro da arte e das letras latino-americanas, ou seja, uma nova forma de luta contra a segmentação e o desmembramento da nossa cultura.»

Numa mensagem hoje divulgada pelo diário Granma – «Desde Casa, la voz de los pueblos» –, o seu actual presidente, Abel Prieto, lembra que este aniversário se celebra no contexto de «uma dupla pandemia» para os «mais pobres: o coronavírus e o neoliberalismo».

«O coronavírus também agudizou a barbárie: a cultura do ódio, violenta, fascistóide, xenófoba, racista», denuncia o antigo ministro da Cultura de Cuba, sublinhando que, «face a essas tendências obscuras, a Casa, tal como os representantes dignos dos povos latino-americanos e caribenhos, aposta na cultura da paz, da irmandade entre os seres humanos».

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No programa, consta, no dia abertura, a inauguração da exposição bibliográfica «Casa de cuentos para niños y niñas», na sala de leitura José Antonio Echeverría, que permite percorrer as publicações da Casa das Américas para essa faixa etária. A encerrar o colóquio, no dia 7, haverá um concerto do Ensamble de Guitarras da Escola Nacional de Arte.

Sobre o VII Colóquio Internacional «Do papiro à biblioteca virtual», os organizadores afirmam que os debates propostos não podiam ser mais pertinentes, «sobre os modelos educacionais e a inserção neles da promoção da leitura, a relevância das bibliotecas nos espaços escolares do século XXI, a partir de um olhar descolonizador da cultura e do incentivo a expandir e horizontalizar os processos de aprendizagem, nos quais se integre de maneira orgânica a salvaguarda e a difusão da memória histórica dos povos».

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