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Eurest adopta postura vingativa com trabalhadores reintegrados

A Eurest viu-se obrigada a reintegrar cerca de 20 trabalhadores com vínculos precários que tinha despedido ilegalmente. Apesar disso mantém a chantagem e a perseguição a estes trabalhadores e recusa pagar-lhes o subsídio de férias devido.

Protesto dos trabalhadores da Eurest na cantina da RTP, à entrada das instalações da empresa em Vila Nova de Gaia
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Norte

Os atropelos aos direitos dos trabalhadores não são novos na Eurest e numa pesquisa rápida encontram-se vários resultados que o indicam. Em 2020 a empresa realizou um despedimento colectivo de 120 trabalhadores. A Janeiro de 2021 utilizou a PSP para despedir uma trabalhadora que já trabalhava há mais de oito anos para a empresa. No mesmo ano, em 2021, no Dia Internacional da Mulher, a empresa despediu também 141 trabalhadoras.

Se os atropelos não são novos, a precariedade também não é um dado novo. Cerca de 90% dos trabalhadores da empresa têm vínculos precários e segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, no Porto, uma boa parte desses trabalhadores já trabalham há mais de 20 anos na empresa. 

No passado mês de Junho, a Eurest mandou uma carta de caducidade do contrato a cerca de 20 trabalhadores. Contudo, estes trabalhadores continuaram ao serviço e por terem continuado ao serviço passaram ao quadro da Eurest nos termos legais, com contrato sem termo.

Mesmo isso tendo acontecido, em Julho a empresa mandou outra carta de caducidade de um contrato que não existia. O sindicato protestou junto da empresa e chamou a atenção que os trabalhadores já eram efetivos na empresa Graças à acção do sindicato, a administração da empresa acabou por ter que se contentar com a integração, mas não desistiu.

Voltando à carga, numa atitude de chantagem e de nova pressão sobre os trabalhadores, a empresa voltou a enviar uma carta, mas desta vez de transferência de local de trabalho para o IPO, cantina para onde a empresa manda todos os trabalhadores quando lhes quer aplicar um castigo, ignorando o horário que os trabalhadores têm e as funções profissionais, além das férias dos trabalhadores já marcadas.

Há, no entanto, uma nova linha de vingança e perseguição e desta vez a empresa recusa pagar o subsídio de férias devido aos 20 trabalhadores reintegrados. A questão é que face à transferência para o IPO, a ACT, ante uma queixa do sindicato ainda não se pronunciou e estes novos elementos de chantagem, vingança e pressão configuram elementos que têm que acelerar a sua acção.  
 

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