De Março a Março, 390 mil trabalhadores deixaram os seus empregos nos cuidados sociais e, destes, mais de um terço abandonaram por completo o sector, revelou a Skills for Care num documento agora publicado.
O relatório, intitulado «State of the Adult Social Care Sector and Workforce in England» (Estado do Sector e da Mão-de-Obra nos Cuidados a Adultos em Inglaterra), estima que sejam necessários cerca de 440 mil postos de trabalho no sector da prestação de cuidados a adultos, de modo a poder acompanhar o número previsto de pessoas com 65 anos ou mais até 2035.
Oonagh Smyth, directora-executiva da organização, destacou alguns «resultados positivos» no relatório, mas disse que «os desafios não desapareceram» e, segundo refere o Morning Star, sublinhou a necessidade de criar uma estratégia que «atraia e fixe» os trabalhadores com as habilitações adequadas.
«O facto de 390 mil pessoas terem deixado os seus postos de trabalho em 2022/23 e cerca de um terço destes terem abandonado completamente o sector mostra que temos um balde furado que é preciso consertar urgentemente», frisou.
O organismo referiu que estava a trabalhar com «uma ampla gama de organizações e pessoas envolvidas nos cuidados sociais», com o intuito de desenvolver uma estratégia para a mão-de-obra no sector, identificando aquilo que será necessário nos próximos 15 anos e complementando o Plano a Longo Prazo de Mão-de-Obra para o NHS (serviço público de saúde).
São necessários meios para contratar e manter os trabalhadores
Miriam Deakin, do NHS, destacou a importância de desenvolver uma estratégia para a mão-de-obra no sector, mas matizando que «o plano por si só é insuficiente», se não for acompanhado pelo «investimento público que garanta que os cuidados sociais podem não só contratar os profissionais tão necessários, mas também mantê-los», indica o periódico.
Por seu lado, Hugh Alderwick, da Health Foundation, disse ao Star que contratar no estrangeiro «não substitui uma acção política mais fundamental, necessária para melhorar os salários e as condições das pessoas que trabalham nos cuidados».
Já o secretário-geral do Sindicato dos Assistentes Sociais (SWU), John McGowan, disse que o maior desafio que a profissão enfrenta é a falta de financiamento.
«Simplesmente não há recursos para permitir que os assistentes sociais e os trabalhadores dos cuidados façam o seu trabalho de forma adequada», alertou.
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