Na passada sexta-feira, realizou-se mais uma reunião privada do executivo da Câmara Municipal de Lisboa, e o Web Summit foi o centro das atenções, por terem sido colocadas duas propostas à votação que visavam directamente o evento, mas não só.
Numa primeira proposta, Carlos Moedas, presidente da Câmara eleito pela coligação PSD, CDS-PP, PPM, MPT, apresentou uma proposta de alteração orçamental para beneficiar o evento que assombra Lisboa anualmente e pouco acrescenta à vida de quem vive e trabalha na cidade.
A 24.ª alteração ao Orçamento de 2024 e às Grandes Opções do Plano 2024-2028, proposta por Carlos Moedas, visou retirar 4 milhões de euros da rubrica de mobilidade, diminuindo o financiamento da Carris e transferindo o mesmo montante para a Web Summit.
Apesar desta ser a vontade do presidente da Câmara, havia possibilidade de a contrariar. No momento da votação registaram-se 7 votos a favor, 7 votos contra e três abstenções, todas do PS. Com este último voto dos socialistas verificava-se uma situação de empate, e segundo as resoluções dos órgão do município, em caso de empate na votação, o presidente da Câmara tem voto de qualidade e desempata.
Ou seja, o PS podia ter impedido a retirada de 4 milhões de euros à Carris, mas no momento da verdade, com o seu voto, foi cúmplice dos objetivos de Carlos Moedas de destruição da empresa de transporte público rodoviário.
Num segundo momento, foi colocado à votação «o financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, da candidatura da Associação de Turismo de Lisboa no âmbito do projeto para organização e realização do evento "Web Summit" e respectiva Transferência de verba, nos termos da proposta». Nesta proposta houve 10 votos a favor: 3 votos do PSD; 3 do CDS-PP; 1 de uma independente e 3 do PS.
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