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Cuba inspira os trabalhadores e a solidariedade na Índia é inabalável

Depois de encontros com dirigentes políticos de esquerda, sobretudo do PCI(M), o presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) dialogou com jovens universitários em Nova Déli.

Fernando González com estudantes universitários em Nova Déli Créditos / PL

A realidade actual do país caribenho, a sua história, a resistência frente ao imperialismo, as novas gerações de cubanos ou a multipolaridade foram temas em que os universitários indianos mostraram interesse, esta terça-feira, nos encontros mantidos com Fernando González, presidente do ICAP.

Na Universidade de Nova Déli e na Jamia Millia Islamia, ambas na capital da Índia, González explicou aos jovens, que queriam saber mais da Cuba actual, o processo de independência do país – primeiro contra o colonialismo espanhol e posteriormente para se libertar das garras dos norte-americanos –, que haveria de conduzir ao triunfo da revolução, em Janeiro de 1959.

Neste contexto, destacou o significado de Fidel Castro como líder indiscutível desse processo histórico, bem como da criação do sistema social socialista da Ilha, centrado no ser humano, indica a Prensa Latina.

Sobre a política de máxima pressão imposta por Washington ao povo cubano, Fernando González abordou o bloqueio económico, comercial e financeiro, mantido por sucessivos governos norte-americanos ao longo de 60 anos e reforçado durante a administração de Donald Trump com mais de 220 medidas coercivas e a inclusão de Cuba na lista de estados que alegadamente patrocinam o terrorismo.

O presidente do ICAP reuniu-se com estudantes na Universidade de Nova Déli e na Jamia Millia Islamia / PL

Referindo-se também a acções terroristas organizadas nos EUA, agressões militares e campanhas mediáticas contra a Ilha, o presidente do ICAP frisou que, com esta política agressiva, Washginton pretende fechar qualquer canal de sustento aos cubanos para os tentar obrigar a render.

Respondendo a diversas questões colocadas pelos estudantes universitários, nomeadamente sobre o avanço da multipolaridade, González considerou muito positivo o aparecimento de centros de poder como a Índia, a China e o BRICS, como alternativa ao domínio exercido durante anos pelos Estados Unidos, tendo defendido que devem ter um maior peso na economia, na política e nas questões internacionais.

Nos encontros desta terça-feira, foram igualmente debatidas questões prementes, como as alterações climáticas e a necessidade de cooperação para lhes responder, as campanhas mediáticas contra Cuba ou a solidariedade da Ilha com o povo palestiniano.

Cuba é exemplo e inspira a luta dos trabalhadores

A visita do presidente do ICAP ao país sul-asiático teve início na segunda-feira com encontros com vários dirigentes da esquerda, na sua maioria do Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI(M) e do estado de Kerala.

Segundo revela a Prensa Latina, entre os temas abordados esteve a possibilidade de criar brigadas juvenis de solidariedade com Cuba e o aprofundamento do diálogo para viabilizar a cooperação entre Cuba e o estado de Kerala em diversos sectores.

A este propósito, Tapan Sen, secretário-geral do Centro de Sindicatos Indianos (CITU), disse à agência que a atitude anti-imperialista da Ilha motiva aqueles que ainda lutam pelos seus direitos em diversas partes do mundo.

O desejo de conhecimento da realidade actual da Ilha, a vontade de cooperação e a solidariedade firme contra o bloqueio ficaram pantentes nos encontros em Nova Déli / PL 

Já Hemlata Soni, presidente da central sindical, reafirmou a disposição da esquerda para prosseguir a senda solidária com Cuba e para mobilizar mais trabalhadores para essa causa.

«Estamos decididos a proporcionar tudo o que for preciso, na medida em que possamos ajudar o povo de Cuba nesta hora de dificuldades», disse a dirigente sindical, reiterando a condenação da central ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos ao país das Antilhas.

Sublinhando que Cuba é «um país socialista que trabalha para os pobres, as pessoas comuns, protegendo os seus direitos e as suas necessidades básicas», Soni afirmou que Washington quer esmagar o sistema socialista e impor uma mudança radical, e que não o conseguiu porque deparou com a resistência dos cubanos.

Para a dirigente sindical, a sobrevivência de Cuba está ligada à luta da classe trabalhadora mundial contra as políticas neoliberais promovidas pelos Estados Unidos e as instituições financeiras para proteger os lucros das grandes empresas e explorar os povos e os seus recursos naturais.

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