|Síria

Potências imperialistas querem transformar a Síria «noutra Líbia ou noutro Iraque»

A União do Povo Galego vê com preocupação a tomada de Damasco por terroristas islâmicos, admitindo que EUA, Grã-Bretanha, Turquia e Israel pretendem transformar a Síria num «Estado falhado». 

Sírios que fugiram do seu país após a destituição do Presidente sírio Bashar al-Assad, em 8 de Dezembro, esperavam este sábado no posto fronteiriço para entrar no Líbano devido à situação instável no seu país 
CréditosWael Hamzeh / EPA

A tomada de Damasco por grupos terroristas com origem na Al-Qaeda e no Estado Islâmico e a criação de um governo provisório dirigido pelo líder máximo do HTS (Hayat Tharir al-Sham) «são mais um passo na perigosa escalada de tensão que há meses vem sendo provocada pelo imperialismo». Sem saber qual será a evolução dos acontecimentos, a União do Povo Galego (UPG) admite num comunicado que as potências imperialistas envolvidas nos acontecimentos destes dias, «os EUA, a Grã-Bretanha, a Turquia e Israel, procuram transformar a Síria numa outra Líbia ou num outro Iraque», ou seja, «Estados falhados que já não assumem qualquer papel no quadro internacional e, sobretudo, num quadro regional tão complexo». 

«O avanço militar de Israel em território sírio [...], chegando a poucos quilómetros da sua capital, mostra que na nova reconfiguração do Médio Oriente, desestabilizar o Líbano e apagar a Síria do mapa são passos anteriores e necessários para o seu objectivo de completar o genocídio do povo palestiniano», lê-se na nota. 

Enquanto partido anti-imperialista, a UPG condena políticas de ingerência do Ocidente «que provocam guerras em diferentes partes do planeta [...] sob o pretexto da defesa da democracia e dos direitos humanos, mas que não procuram mais do que o controlo dos recursos e a eliminação daqueles com quem não estão de acordo e que não lhes são submissos». As críticas recaem também sobre a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas (ex-primeira-ministra da Estónia), que «em vez de mostrar a sua preocupação com os acontecimentos na Síria e defender o fim da violência, saudou o avanço do jihadismo como uma derrota da Rússia». 

No alerta, a UPG critica os «múltiplos episódios de manipulação da informação» verificados enquanto a Síria esteve em guerra e com parte do território ocupado por actores «interessados em tirar partido dos seus recursos energéticos» e «fazer desaparecer um actor político fundamental no Médio Oriente». O objectivo, diz, «legitimar qualquer tipo de acção que vise destruir a Síria». 

Episódios «que chegaram ao ponto paradoxal, nos últimos dias, em que os mesmos que tinham incluído o HTS, uma organização nascida à volta da Al-Qaeda, na lista das organizações terroristas, a apresentam agora como um grupo de "rebeldes" e "libertadores" que se organizaram para derrubar uma tirania», afirma.

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