No final da Comissão Política Nacional do CDS-PP, em que o partido analisou os resultados eleitorais autárquicos, João Almeida, o porta-voz do partido, afirmou que «a elevada fasquia que resulta desse resultado eleitoral» deve levar o CDS-PP a assumir-se «como alternativa a esta governação».
Almeida fez um discurso em que apontou para uma emancipação do CDS-PP face a um PSD a reflectir sobre os resultados de 1 de Outubro, enredado em disputas internas. Desde 2002, o seu partido participou em todos os governos chefiados pelo PSD (com Durão Barroso, Santana Lopes e Passos Coelho), com quem concorreu coligado em duas das últimas três eleições para o Parlamento Europeu, nas últimas legislativas e em grande parte dos municípios, desde 2001.
O resultado eleitoral autárquico de 2017 é mesmo o pior para as candidaturas do CDS-PP desde esse ano, uma realidade que ficou de fora da afirmação de maioridade. De forma isolada, o partido perdeu quase 20 mil votos para as câmaras e assembleias municipais e de freguesia, com menos seis vereadores, 40 membros de assembleias municipais e 97 de freguesia em nome próprio.
A miríade de coligações, com mais de uma dezena de configurações diferentes e que incluem o PSD, o MPT, o PPM, o PPV/DC e o NC, faz com que a aposta do CDS-PP em afirmar a sua autonomia seja um exercício paradoxal – ainda mais justificando-o com o resultado eleitoral.
Mesmo os celebrados 20% da presidente do partido, Assunção Cristas, em Lisboa, uma das coligações, tornam-se menos impressionantes quando comparados com a votação para a Assembleia Municipal (onde ficou abaixo dos 17%) e para as freguesias (em que não chegou aos 14%).
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