Em Agosto de 2014, o BES servia de cobaia ao novo modelo de «resolução bancária» desenhado pela União Europeia, através do qual uma entidade pública – no caso, o Fundo de Resolução – pagava e assumia o controlo da instituição falida.
Este processo era muito diferente do que aconteceu, por exemplo, com o BPN, que foi nacionalizado em 2008. A factura seria paga pelos restantes bancos (incluindo a Caixa Geral de Depósitos) através de uma contribuição consignada ao Fundo de Resolução.
Na prática, o Estado emprestou dinheiro a uma entidade pública e só o vai receber de volta à medida que os bancos pagarem um imposto que pagariam de qualquer forma.
Entretanto, no final de 2015, o Estado voltou a desembolsar quase 500 milhões de euros ao Fundo de Resolução com a falência do Banif, que seria entregue de imediato ao Santander, nos mesmos moldes.
Mas para além disso, revela a edição do Expresso esta semana, o Novo Banco já não é do Fundo de Resolução e os restantes bancos continuam a dever cerca de cinco mil milhões de euros. De acordo com o semanário, as contribuições do ano passado foram de cerca de 220 milhões de euros, o que significa que, ao ritmo actual, os bancos ainda vão demorar mais de 20 anos a pagar os empréstimos.
Cinco mil milhões de euros teriam permitido mais que duplicar o valor do investimento público no ano passado, num momento em que são relatadas necessidades prementes em sectores como a Saúde, a Cultura ou os Transportes.
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