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Não podem ser os trabalhadores a pagar a «falta de microchips»

Várias empresas estão com a produção parada, ou reduzida, por falta desta componente, havendo mesmo quem «reclame a aplicação do lay-off simplificado, no sentido de salvaguardar os interesses patronais».

Créditos / SITE NORTE

Só nos sectores abrangidos pelos sindicatos da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN), «são cerca de dez mil os trabalhadores de empresas afectadas por esta conjuntura», de uma rotura nas cadeias de «fornecimento de microchips, que afecta, com maior incidência, os sectores automóvel e de fabrico de material eléctrico».

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Falta de componentes não é culpa dos trabalhadores

Os trabalhadores não podem ser prejudicados pela especulação dos preços pelos grandes fornecedores que leva a dificuldades de abastecimento no sector automóvel, afirma a Fiequimetal.

Trabalhadores a operar na empresa PSA Citroen em Mangualde.
CréditosNuno André Ferreira / LUSA

Em comunicado, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) alerta para o facto de serem «contraditórias» as razões que estão na origem da falta de componentes destinados ao sector automóvel, à electrónica de consumo e à produção de material eléctrico. «Os motivos do problema vão desde dificuldades de abastecimento à especulação dos preços pelos grandes fornecedores», afirma.

Depois da Autoeuropa, também a PSA de Mangualde e a Bosch de Braga já interromperam a produção ligada ao automóvel devido à escassez de semi-condutores.

Contudo, a estrutura sindical defende que as medidas de resposta não podem recair sobre os trabalhadores, seja por via do recurso ao lay-off, que penaliza os salários e o orçamento da Segurança Social, seja pelo aproveitamento que o patronato procura fazer, para recusar aumentos de salários.

A Fiequimetal considera ainda que as perturbações no fornecimento de componentes é resultado de «uma guerra entre empresas» e que não pode ser motivo para que multinacionais como a Bosch, a Fico Cables, a Apico ou a Continental Mabor, entre outras, prejudiquem os trabalhadores, pelo que exige a intervenção do Governo.

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No entanto, os trabalhadores «não podem ser prejudicados, nos seus salários, nos horários de trabalho e noutros direitos, como as férias, e tem de ser defendido» o seu direito ao emprego, até porque a «falta de microchips é da exclusiva responsabilidade das multinacionais, em particular da organização das suas cadeias de produção».

Dada a dimensão significativa de trabalhadores que poderão vir a ser afectados por esta questão, a Fiequimetal, em comunicado enviado ao AbrilAbril, considera que o assunto é merecedor de «uma intervenção urgente do Governo, no sentido de salvaguardar os direitos dos trabalhadores».

Certo é que, até agora, o Governo tem fugido a assumir as suas responsabilidades. A federação sindical considera «inqualificável o facto de o Ministério da Economia ter declinado um pedido de reunião, feito em Junho deste ano, por forma a abordar esta problemática, recorrendo ao absurdo argumento de que tal assunto é da competência do Ministério do Trabalho». Também este Ministério «ignorou a solicitação da referida reunião».

A Fiequimetal e os seus sindicatos «permanecem atentos ao evoluir da situação e apelam a que os trabalhadores continuem vigilantes, organizados e prontos a agir colectivamente, logo que tal se mostre necessário», protegendo os direitos destes trabalhadores. 

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