O relatório preliminar da auditoria realizada a pedido do Ministério das Finanças pela consultora EY dá conta de operações de crédito, entre 2000 e 2015, «aprovadas com parecer de análise de risco desfavorável, não se encontrando documentadas as justificações para a tomada de risco contrária ao parecer da Direcção Global de Risco [DGR]».
A informação é divulgada hoje pelo Eco, onde se lê que, apesar da abrangência temporal da análise ser de 15 anos, foram particularmente identificadas «excepções face ao normativo e ao enquadramento regulamentar aplicável», por exemplo sem garantias suficientes ou sem a apresentação do parecer técnico da DGR referente à operação, entre 2007 e 2012 – período em que a gestão do banco público esteve a cargo de Carlos Santos Ferreira e de Faria de Oliveira, actual presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
Entre os 200 devedores que foram identificados pela consultora como tendo gerado as maiores perdas, há 64 casos em que ocorreu pelo menos uma dessas «excepções». No final de Dezembro de 2015, a CGD ainda tinha exposição a 46 desses clientes, num montante total de 2,96 mil milhões de euros em dívida.
A encabeçar de devedores está a Artland, ligada ao projecto La Seda, em Sines, que representou perdas superiores 211 milhões de euros; a Investifino, de Manuel Fino, com mais de 138 milhões de euros; a Fundação Berardo, com mais de 124 milhões de euros; a Auto-Estradas Douro Litoral, com 122,6 milhões de euros, e Vale do Lobo Resort, com 75 milhões de euros.
O Eco acrescenta que cada um destes créditos foi concedido entre 2000 e 2015, «mas a consultora não revela a data exacta da concessão, nem o montante inicial de cada crédito».
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