|França

Franceses mantêm-se nas ruas contra a reforma das pensões

Mesmo com a maior parte do país a gozar as férias escolares de Inverno, 1,3 milhão de pessoas vieram para as ruas na quinta jornada de mobilização e greves contra a reforma, segundo a CGT.

Mais de 50 mil pessoas manifestaram-se contra a reformas das pensões em Albi, no Sul de França, a 16 de Fevereiro de 2023 
CréditosCharly Triballeau / la-croix.com

A jornada nacional de mobilização desta quinta-feira, convocada pela Intersindical, segue-se às realizadas a 19 e 31 de Janeiro, e a 7 e 11 de Fevereiro contra o projecto do governo que prolonga a idade legal de reforma dos 62 para os 64 anos.

De acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), manifestaram a sua oposição à reforma, que está a ser debatida na Assembleia Nacional, 1,3 milhão de pessoas – com 300 mil a desfilarem entre as praças da Bastilha e de Itália, em Paris.

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Em França, multidões nas ruas contra a reforma das pensões

Enquanto o governo francês anunciava mais canhões para a guerra e relia a sebenta do «trabalhar mais anos para aguentar o sistema», nas ruas as contas saíam furadas, com uma mobilização recorde – segundo a Polícia.

Manifestação em Paris, na Praça de Itália, a 31 de Janeiro de 2023 
CréditosAlain Jocard / Le Monde

A jornada de mobilização de dia 19, igualmente convocada pelas estruturas que integram a Intersindical, já tinha sido enorme, com mais de dois milhões de pessoas nas ruas – de acordo com os sindicatos (mais de um milhão, segundo a Polícia).

Esta terça-feira, os números da Polícia, que são por norma inferiores aos dos sindicatos, apontam para mais de 1,2 milhão de pessoas nas ruas – um recorde sem comparação desde 1995, refere o Le Monde.

Antes, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) já tinha avançado que a jornada de mobilização e greves contra a reforma das pensões mobilizou 2,8 milhões de pessoas por toda a França.

Imagem aérea da enorme manifestação em Paris / CGT

Só em Paris, manifestaram-se meio milhão de pessoas (87 mil de acordo com a Polícia), numa marcha entre a Praça de Itália e os Inválidos em que se viram balões gigantes, faixas e cartazes a dar expressão à grande rejeição que o projecto de reforma do governo, que altera a idade legal de reforma dos 62 para os 64 anos, suscita no país.

Foram muitas as críticas ao governo da primeira-ministra Élisabeth Borne e do presidente Emmanuel Macron, acusados de arrogância e provocação por nos últimos dias, às portas da jornada de mobilização, terem insistido que a reforma «já não é negociável» e que se trata de algo «indispensável para salvar o nosso sistema».

A este propósito o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, destacando o tom provocador, disse que já estavam em curso consultas às organizações de base sobre novas acções a seguir para dar combate ao projecto, que começa a ser discutido na próxima segunda-feira na Assembleia Nacional.

Contas furadas nas ruas

Várias vozes no executivo francês – e a imprensa que as acompanha – têm atacado o movimento de contestação a uma reforma que aumenta o período de contribuições para 43 anos (para se ter a reforma por inteiro) e elimina regimes especiais de pensões. Por vezes, fazem-no com o pau, ameaçando os grevistas e as greves; outras vezes, fazem-no com a língua, adocicada, a dizer que, com o tempo, de forma inevitável, os franceses irão compreender e aceitar a reforma.

O sindicalismo de classe, combativo e organizado, é um grande escolho para estes planos do neoliberalismo disposto a sacrificar o povo e os povos, e a alimentar os negócios (também o da guerra, com canhões César) – ainda mais quando até se consegue mobilizar de forma unitária, junto a centrais sindicais que nem costumam andar pelas mesmas avenidas, como é o caso da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Manifestação em Paris // Julien Mattia / francebleu.fr

Animado com a força das ruas, ontem ao fim do dia, o movimento sindical unitário anunciou mais duas datas de mobilização e greve – 7 e 11 de Fevereiro –, sublinhando que «nada justifica uma reforma tão injusta e brutal».

As forças sindicais apelam à realização de jornadas de luta ainda mais massivas que a de ontem, que mobilizou 205 mil pessoas em Marselha (40 mil de acordo com a Polícia), 80 mil em Toulouse (34 mil segundo a Polícia), 75 mil em Bordéus (16 500), 70 mil em Lille (15 mil), 65 mil em Nantes (28 mil) e 50 mil em Saint-Étienne (9200).

Em Lyon, manifestaram-se 45 mil pessoas (25 mil segundo a Polícia), em Grenoble 40 mil (20 mil de acordo com a Polícia), em Le Havre também 40 mil (12 mil), em Limoges 38 mil (9500), 37 500 em Clermont-Ferrand (17 mil), 30 mil em Rennes (23 mil) e 30 mil em Montpellier (25 mil), e por aí fora.

Além das manifestações, o dia ficou marcado, em França, por greves, que tiveram maior impacto nos transportes, na energia, na educação e na função pública.

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Outras grandes mobilizações tiveram lugar em cidades como Marselha (90 mil pessoas, segundo os sindicatos), Toulouse (65 mil), Lille (40 mil), Bordéus (30 mil), Le Havre (29 mil), Lyon (20 mil), entre outras.

Albi, no Sul, também foi palco de uma grade manifestação (cerca de 50 mil pessoas), onde, para variar, desfilaram os dirigentes das oito estruturas que integram a Intersindical. Ali, destacaram o «êxito» da quinta jornada de mobilização, bem como «a determinação e a combatividade intactas» dos manifestantes.

Mesmo reconhecendo uma menor participação no contexto das férias escolares, Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, destacou a resposta do sector privado à convocatória e afirmou que os deputados – a quem os sindicatos se dirigiram esta semana, excepto aos de extrema-direita – não podem ficar indiferentes «quando há tanta gente nas ruas a protestar».

Tudo aponta para que esta seja a última jornada nacional de manifestações antes da greve geral marcada para 7 de Março, com a qual a Intersindical espera parar o país. De acordo com uma sondagem recente, mais de dois terços dos franceses responsabilizam o governo pela paralisação e 72% dos trabalhadores apoiam-na.

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Mais de um milhão respondem nas ruas à reforma de Macron

O «não» à reforma das pensões foi também claro nas ruas de França, esta quinta-feira. Até os números do Ministério do Interior apontam para uma grande jornada de mobilização: 1,2 milhão de pessoas nas ruas.

Manifestação em Paris 
CréditosAlain Jocard / sudouest.fr

Os números do Ministério são, como é habitual, mais baixos. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) afirma que esta primeira jornada de mobilização contra a reforma das pensões envolveu mais de dois milhões de manifestantes em toda a França, 400 mil dos quais em Paris.

As sondagens diziam-no e, no caso, a mobilização confirmou-o: o projecto de reforma das pensões anunciado a 10 de Janeiro pela primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, que aumenta a idade legal da reforma dos 62 para os 64 anos e alarga o período de contribuições para 43 anos, não tem grande apoio dos franceses.

Manifestação em Bordéus // Thierry David / sudouest.fr

De Calais a Nice, o «não» ficou patente em mais de 200 manifestações a nível nacional. Mesmo os números divulgados pelas autoridades dão a noção da «importância» das mobilizações: 36 mil manifestantes em Toulouse, 26 mil em Marselha (140 mil, segundo os organizadores), 25 mil em Nantes, 23 mil em Lyon, 19 mil em Clermont-Ferrand, 16 mil em Bordéus (60 mil, de acordo com os organizadores), 15 mil em Montpellier e por aí fora.

Grande mobilização em Paris

Paris, como é costume, foi o palco da maior manifestação – uma concentração gigantesca de pessoas (400 mil, segundo a CGT) partiu da Praça da República num desfile em que se viam balões gigantes, bandeiras dos sindicatos e faixas contra o projecto do governo.

Pela primeira vez em mais de uma década, oito organizações sindicais juntaram-se no apelo à mobilização, incluindo a CGT e a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Em declarações à imprensa, recolhidas pelo portal sudouest.fr no começo da manifestação, o líder da CFDT, Laurent Berger, congratulou-se com a dimensão das mobilizações, que «ultrapassa aquilo que pensávamos» e «é a demonstração de que os trabalhadores, e de forma mais ampla os cidadãos, não querem a passagem da idade legal para os 64 anos».

A jornada de mobilização desta quinta-feira esteve ao nível das maiores de Dezembro de 2019, segundo os organizadores / @FonsiLoaiza

Por seu lado, Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, que se referiu à jornada de luta como um «êxito», afirmou que a «convocatória unitária deu confiança aos trabalhadores» e estimou então, com base na resposta dada em várias cidades, que a marca de um milhão de pessoas nas ruas fosse ultrapassada.

Além de Martinez e outros dirigentes sindicais, mobilizaram-se ao lado dos trabalhadores, em Paris, figuras políticas como o secretário nacional do Partido Comunista, Fabien Roussel, o primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, a líder de bancada de A França Insubmissa (LFI) na Assembleia Nacional, Mathilde Panot, e a deputada ecologista Sandrine Rousseau.

Acções futuras

Jean-Luc Mélenchon, ex-dirigente do LFI e ex-candidato à Presidência da República, manifestou-se contra o projecto de reforma em Marselha, onde afirmou que Macron «perdeu a primeira batalha».

No que respeita a acções futuras, Philippe Martinez disse, durante a manifestação na capital, que as manifestações e as greves iam continuar, caso o governo não travasse a reforma.

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Sindicatos franceses anunciam mobilizações contra a reforma das pensões

Oito sindicatos franceses convocaram para dia 19 de Janeiro uma jornada de mobilização e greve contra a reforma das pensões apresentada pelo governo, sublinhando que se trata do ponto de partida.

Mobilização contra a refoma das pensões em Dezembro de 2019 
Créditos / eurotopics.net

O apelo à mobilização foi feito poucas horas depois de a primeira-ministra, Élisabeth Borne, ter apresentado oficialmente o projecto de lei, na terça-feira. À Confederação Geral do Trabalho (CGT), FO, Solidaires, FSU, entre outros, junta-se desta vez a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT).

Esta união, no âmbito sindical, de organizações que muitas vezes não participam nas mesmas mobilizações – como ocorre com a CGT e a CFDT – espelha a ampla rejeição que o projecto do governo francês tem merecido, com os inquéritos a referirem que três em cada quatro franceses se opõem ao aumento da idade da reforma dos actuais 62 anos para os 64 anos, e ao alargamento do período de contribuições.

Na apresentação oficial, Borne justificou o projecto, que será discutido dia 23 em Conselho de Ministros e em Fevereiro na Assembleia Nacional, com argumentos económicos, considerando a reforma indispensável para dar «equilíbrio e sustentabilidade» ao sistema.

A grande maioria dos franceses opõe-se a este projecto e, segundo os dados agora divulgados pelo instituto Elabe, 60% apoiam as mobilizações convocadas pelo movimento sindical.

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Maioria dos franceses rejeita aumento da idade da reforma

Três em cada quatro franceses não concordam com o aumento da idade da reforma, que é um dos pontos em destaque no projecto de reforma das pensões promovido pelo governo, revela um inquérito.

Centenas de nilhares de trabalhadores manifestaram-se contra a reforma das pensões do governo de Macron
Centenas de milhares de pessoas manifestam-se contra a reforma das pensões de Macron em Dezembro de 2019 Créditos / France24

De acordo com um inquérito realizado pelo instituto Elabe para o canal BFM TV, apenas 27% dos inquiridos apoiam a tese governamental de que, em França, é preciso trabalhar mais anos.

Destes, 18% apoiam o aumento da idade legal da reforma dos actuais 62 anos para os 64, enquanto 9% apoiam o prolongamento até aos 65 – que era a ideia inicial do projecto.

Os detalhes da reforma das pensões devem ser apresentados pelo governo francês no próximo dia 10 – prevendo-se que o projecto seja apresentado em Conselho de Ministros no dia 23, para começar a ser debatido na Assembleia Nacional no início de Fevereiro.

No entanto, as grandes linhas que orientam a iniciativa governamental são já conhecidas: aumento da idade legal da reforma dos actuais 62 anos para os 65 anos (até 2031).

Em declarações à France Info, na terça-feira, a primeira-ministra, Elisabeth Borne, disse que «os 65 não são um totem» e que há outras vias a ser estudadas, nomeadamente a passagem dos 62 para os 64 anos, mas estando isto sujeito a um aumento progressivo do período de contribuição.

Neste caso, para receber a reforma por inteiro, seria necessário ter trabalhado 43 anos.

Ampla rejeição

A pesquisa ontem divulgada indica que 47% dos inquiridos defendem que a idade de reforma se deve manter nos 62 anos e que 25% consideram que os trabalhadores se devem reformar mais cedo.

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Protestos contra a reforma das pensões em França mantêm-se há 2 meses

Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades francesas, esta quinta-feira, no âmbito da nona jornada de protestos contra o projecto de reforma das pensões de Macron.

Milhares de pessoas voltaram a manifestar-se nas ruas de França contra a reforma das pensões de Macron
Créditos / liberation.fr

Os protestos contra a reforma do sistema público de pensões voltaram a sentir-se ontem em França, onde a plataforma intersindical que integra a CGT, a Força Operária, a Federação Sindical Unitária e os Solidários, entre outros, convocou uma nova jornada nacional de mobilização – a nona, depois das realizadas em 5, 10 e 17 de Dezembro, e em 9, 11, 16, 24 e 29 de Janeiro.

Tal como em ocasiões anteriores, houve elevada participação de trabalhadores de diversos sectores, de estudantes e reformados, com o apoio de partidos políticos. Também se voltou a sentir uma forte presença policial nas ruas e a registar a habitual divergência entre os números de manifestantes divulgados pelo Ministério do Interior e pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), nomeadamente no que respeita a Paris – com a primeira fonte a referir que estiveram nas ruas 15 mil pessoas e a segunda, 130 mil.

Greve com menor incidência nos transportes, maior noutros sectores

A greve contra o projecto de reforma das pensões, iniciada a 5 de Dezembro, chegou a ter grande impacto nos transportes públicos, mas nas últimas semanas a situação neste sector regressou quase à normalidade.

No entanto, o protesto ganhou maior dimensão entre outros sectores profissionais que se opõem à reforma, como os advogados, os controladores de tráfego aéreo e os trabalhadores da estiva, das refinarias, das estações de tratamento de lixo, entre outros.


Entretanto, na Assembleia Nacional, o controverso projecto que pretende impor um sistema único de pensões enfrenta milhares de emendas ao texto, apresentadas por diversos deputados, naquilo que foi designado como frente de luta parlamentar.

No entanto, um representante da plataforma sindical que mais activamente tem lutado contra a reforma – que convocou para 20 de Fevereiro nova jornada de mobilização – disse à imprensa que o debate na Assembleia «não trouxe nada de novo» aos trabalhadores e que a «convicção» destes é «mais forte a cada dia que passa», uma vez que «não se pode melhorar um projecto» como este.

«Determinação intacta»

Num comunicado ontem emitido, esta plataforma destaca que «os plenários se multiplicam nos locais de trabalho, nas escolas e nas universidades, apesar de todas as pressões», e afirma que «a rejeição da reforma e a determinação de alcançar a sua retirada estão intactas e se propagam».

A CGT, a Força Operária, a Federação Sindical Unitária, os Solidários e outros sindicatos continuam a contar com o apoio da maioria da sociedade francesa na oposição ao sistema universal de pensões, entendendo que prejudica os interesses dos trabalhadores e pensionistas, e favorece os interesses dos bancos, das seguradoras e dos fundos de pensões.

Apesar de o executivo francês afirmar que se trata de um sistema mais justo do que o que está em vigor, a CGT acusa Macron de querer impor aos franceses uma reforma das pensões «à custa da democracia».

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Na mensagem de fim de ano, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a reforma das pensões será concretizada em 2023 e defendeu-a como uma necessidade para trazer equilíbrio ao sistema.

Recorde-se que Macron já tentou avançar com uma versão da reforma das pensões no seu primeiro mandato (2017-2022), mas viu-se forçado a adiá-la devido ao surgimento da pandemia de Covid-19 e à forte contestação nas ruas e nos locais de trabalho, com grandes manifestações e greves em Dezembro de 2019 e nos dois primeiros meses do ano seguinte.

Partidos de esquerda e sindicatos – até os que não se costumam dar mal no Eliseu – estão contra o aumento da idade da reforma e já anunciaram mobilizações.

No seu portal, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) apresenta um dossiê sobre o tema, no qual afirma que já está mobilizada e sublinha que a versão de 2023 é ainda «mais dura do que a que foi abortada em 2020».

A central sindical de classe, que defende a visão anti-liberal de que os reformados têm direito a gozar uma nova etapa da vida, alerta que, caso seja aprovada, a reforma será mais rapidamente desfavorável aos trabalhadores e irá acelerar a diminuição das pensões.

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Entrevistado pela BFMTV, Frédéric Souillot, secretário-geral da Force Ouvrière (FO), deixou clara a intenção de organizar uma «mobilização massiva» e o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, disse que, «se forem os trabalhadores a decidir, a França irá parar».

Numa petição que os oito sindicatos puseram a circular contra «esta reforma injusta e brutal», afirma-se que «esta medida é injustificada: o relatório do Conselho de Orientação das Pensões (COR) indica claramente que o sistema das pensões não está em perigo. Não há emergência financeira».

«Este projecto governamental nada tem de necessidade económica, é a escolha da injustiça e do retrocesso social», acrescenta o texto, defendendo que o reforço do sistema de pensões «requer medidas de progresso e de distribuição da riqueza».

Do lado do governo, Olivier Dussopt, ministro do Trabalho, disse à RTL que os sindicatos se «podem manifestar o que quiserem» e que o governo deve convencer a população da «necessidade» e da «justiça» desta reforma.

De modo ainda mais desafiante, o porta-voz do governo, Olivier Véran, disse à France Info que «não tem medo» das manifestações, sublinhando a necessidade de trabalhar mais anos.

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Ao fim da tarde, os oito sindicatos reuniram-se e, não vendo sinais de mudança da parte do governo, decidiram apelar à realização de iniciativas, nas escolas e nos locais de trabalho, no próximo dia 23 de Janeiro, quando o projecto de reforma é apresentado em Conselho de Ministros.

Decidiram ainda convocar uma nova jornada de greves e manifestações para dia 31 de Janeiro, tendo afirmado que «estão unidos e determinados a fazer com que este projecto de reforma das pensões seja retirado», refere a France Info.

Ao longo do dia, devido à greve convocada, registaram-se fortes perturbações nos transportes (sobretudo no Metro e na ferrovia), bem como nos sectores da Energia e da Educação, com os sindicatos a apontarem para níveis elevados de adesão nas refinarias, nas escolas do ensino primário e secundário.

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Entretanto, as estruturas que integram a Intersindical já afirmaram que se vai assistir a uma «escalada» nas acções de luta, caso o executivo de Macron decida levar por diante o projecto de reforma das pensões, que é também contestado por aumentar o período de contribuições e por eliminar os regimes especiais de pensões até agora existentes.

Em comunicado subsequente à jornada de mobilização desta quinta-feira, a CGT anunciou o «endurecimento» do movimento luta, que passa, nomeadamente, por mobilizar e convencer os indecisos a participar, pela organização de debates e pela realização de plenários nos locais de trabalho.

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