O rosto da política europeia deslocou-se hoje a Portugal para entrar na campanha da AD. Úrsula Von der Leyen foi hoje ao Porto, naquilo que a coligação considera ser uma cartada de peso, não fosse a presidente da Comissão Europeia a representação da intensificação da política que tem martirizado os povos.
Ao longo do seu mandato, Von der Leyen avançou na intensificação da transferência de rendimentos do trabalho para o capital, empurrou a União Europeia para a confrontação e a guerra, seguiu por completo a linha política traçada pelos Estados Unidos, branqueou e incentivou o crescimento da extrema-direita, e garantiu que os Estados com economias mais frágeis pudessem assumir os seus destinos.
É claro que consigo, Von der Leyen não agiu sozinha e teve consigo o BCE e a sua política de juros para colocar o garrote no pescoço dos trabalhadores, na NATO e na política de alargamento a desculpa para o incremento do belicismo, e nos Estados Unidos o “aliado” para assumir posturas hostis com correntes com outros, adoptando uma política proteccionista dos interesses dos grande grupos económicos europeus.
A presença da ainda presidente da Comissão Europeia na campanha da AD confirma a cumplicidade da coligação no rumo que está a ser seguido e do «projecto europeu» que é contrário aos interesses dos povos. Von der Leyen representa uma política dirigida europeia assente em fundos dirigidos para as economias fragilizadas enquanto, em simultâneo, as desmantela, em prol dos interesses das grandes empresas alemãs ou francesas. Além deste aspecto, a alemã representa ainda a destruição das funções sociais dos Estados com a imposição de medidas orçamentais restritivas.
Importa então recordar algumas das declarações da presidente da Comissão Europeia ao longo do últimos anos:
• «O quarto ponto diz respeito às empresas de serviços energéticos que devem ser apoiadas para poderem fazer face à volatilidade dos mercados. Neste caso, trata-se de um problema de segurança dos mercados de futuro. E, para isso, é necessária liquidez. Atualmente, estas empresas estão a ser solicitadas a fornecer grandes montantes inesperados de fundos, o que ameaça a sua capacidade não só de negociar, mas também a estabilidade dos mercados de futuro.» - 7 de Setembro de 2022
• «Recordo-me, por exemplo, dos primeiros meses do meu mandato. Nessa altura, as relações entre Bruxelas e Washington estavam a passar por momentos difíceis. Mas nunca se cansou de nos recordar como os nossos dois continentes estão intimamente ligados. Os nossos laços económicos são inquebráveis. A nossa segurança é indivisível. Os nossos destinos estão ligados entre si. Ninguém compreende melhor estas ligações do que vós, na comunidade empresarial transatlântica. E o Senhor Presidente tem sido um defensor essencial da unidade transatlântica, em todos os momentos. É algo por que devemos estar gratos e celebrar, especialmente hoje. (...) Esta nova era na nossa relação e parceria não foi forjada apenas a nível político. Vós, na comunidade empresarial, tendes um papel de liderança no avanço da nossa amizade.» - 28 de Junho de 2023
• «Outro grande desafio económico é a persistência de uma inflação elevada. Christine Lagarde [presidente] e o Banco Central Europeu [BCE] estão a trabalhar arduamente para manter a inflação sob controlo, [mas] sabemos que o regresso ao objetivo de médio prazo do BCE levará algum tempo» - 13 de Setembro de 2023
• «A Europa está com Israel. A Europa está ao lado do nosso amigo e parceiro.» - 11 de Outubro de 2023
• «Permitam-me também sublinhar: Os acontecimentos no Médio Oriente não nos vão distrair do nosso sólido apoio à Ucrânia. Já prestamos assistência no valor de quase 90 mil milhões de dólares à Ucrânia. Isto inclui apoio financeiro para manter o Estado e a economia a funcionar, equipamento militar, ajuda humanitária e apoio a quatro milhões de refugiados. Nos próximos quatro anos, pretendemos fornecer mais 50 mil milhões de euros. É importante para a Ucrânia ter previsibilidade» - 20 de Outubro de 2023
• «A ameaça de guerra pode não estar iminente, mas não é impossível. E os riscos da guerra não devem ser empolados. Mas devemos preparar-nos para eles. E isso começa com a necessidade urgente de reconstruir, reapetrechar, modernizar as forças armadas dos Estados-Membros. A Europa tem que gastar mais, gastar melhor, gastar europeu.» - 28 de Fevereiro de 2024
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